Debate
Em defesa da educação e das instituições federais
Promovido pela Assembleia Legislativa, encontro tratou sobre problemas financeiros
Gabriel Huth -
O auditório do Instituto Federal Sul-rio-grandense (IFSul) ficou lotado na manhã de sexta-feira (18) para debater o corte de gastos enfrentados pelos institutos federais de educação. O evento foi realizado pelo Fórum Democrático de Desenvolvimento Regional da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul. Com a presença do presidente do Legislativo estadual, deputado Edgar Pretto (PT), o ato também teve a participação do reitor do IFSul, Flávio Nunes, de representantes da UFPel, de entidades ligadas à educação, deputados estaduais e autoridades da região. Na próxima quarta-feira uma comitiva de reitores e deputados terá audiência no Ministério da Educação (MEC) para tratar do contingenciamento de gastos.
Ao abrir o evento, Flávio Nunes, que assumiu a Reitoria recentemente, falou da importância dos institutos federais, presentes em mais de 600 municípios no Brasil e 42 no Estado. “São 17 mil estudantes no Rio Grande do Sul”, relatou Nunes. O reitor explicou que a instituição conta com dois orçamentos, um de custeio e outro de investimentos. “O contingenciamento no custeio chega a 25%, que representa um total de R$ 14 milhões”, deu, em números.
Na área de investimentos os cortes são ainda mais profundos: 60%. Um dos problemas citados por Nunes é que 11 dos 14 campi do IFSul estão em fase de implantação, e necessitam da verba para concluir obras. “Precisamos nos mobilizar para garantir a continuidade de uma educação pública, gratuita e de qualidade”, disse ao final do discurso.
O ex-presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) e ex-secretário de Educação Profissional e Tecnológica do MEC, Eliezer Pacheco, falou que o que acontece no país e com os institutos federais faz parte de um projeto de desconstrução da nação e de destruição do que foi construído durante décadas. “Só pra citar: o fim da indústria naval, entrega do pré-sal, reformas trabalhista e previdenciária, 14 milhões de desempregados, voltamos ao mapa da fome e quatro milhões voltaram à linha da miséria”, acusou Pacheco. Ele ainda cobrou que é necessário um projeto para o país e que se invista no desenvolvimento da sociedade através da educação, garantindo soberania, democracia e independência.
Mobilização
“Eu tenho uma posição e enquanto presidência da casa não vamos cruzar os braços e transformamos a educação numa grande causa do parlamento”, declarou Edgar Pretto. O parlamentar tratou do momento conturbado na política no país, em que os representantes da população demonstram pouca disposição em atender e entender as demandas do cotidiano do povo. Três pilares baseiam os trabalhos da atual presidência, explicou Edgar. A primeira ação envolveu atividades para incentivar a igualdade de gênero, seguindo a defesa da democracia e da educação pública. “Agora com o decreto que congela por 20 anos os investimentos, como será? Será que ele tem o direito de atacar o que por anos foi conquistado com muita luta?”, questionou.
O presidente da Assembleia ainda informou que na próxima quarta-feira uma comitiva de deputados estaduais e reitores deve se reunir com o ministro José Mendonça Filho, do MEC. No dia 15 de setembro, um ato no auditório Dante Barone vai lançar a Frente Gaúcha em Defesa dos Institutos Federais do RS, liderada pelo deputado Nelsinho dos Metalúrgicos (PT).
Representando o Poder Público municipal, o vice-prefeito Idemar Barz (PTB) falou da importância da educação. “É inadmissível ficar calado. Os impactos nos cortes refletem de forma catastrófica”, sentenciou o vice-prefeito. A deputada Miriam Marroni (PT) também criticou as medidas de cortes de gastos. “Não é vendendo e fechando tudo que se vence a crise”, opinou.
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