Ajuda
Em luta contra câncer, Celeste pede ajuda para a comunidade
Com pedido negado pela Justiça, família recorre aos pelotenses para custear o tratamento
Carlos Queiroz -
Independente. É assim que Celeste Silva, 44, definia a si mesma antes de precisar mudar o seu estilo de vida para tratar um câncer. Por começar a trabalhar aos 13 anos, ela entendeu desde muito cedo que precisaria dessa independência para conseguir conquistar suas próprias coisas. Mas a tranquilidade ao lado do marido Leandro e dos filhos Davi e Júlia mudou após o diagnóstico de câncer de intestino em estado avançado. Agora, ela pede a ajuda da comunidade para dar seguimento ao tratamento.
Celeste conta que os primeiros sinais da doença surgiram no meio de 2020, com a perda de apetite e de peso, gradativamente. Os sintomas ficaram mais intensos após uma viagem a Santa Catarina. "Em dezembro eu percebi que já tinha perdido bastante peso, eu não conseguia mais me alimentar direito. Mas foi nessa viagem que tive muitas dores de cabeça e vomitei bastante, por isso acabei voltando mais cedo e fui atrás de ajuda médica no postinho do bairro", compartilha.
Foi aí que ela começou uma batalha até ter o diagnóstico do que realmente estava acontecendo. Sem plano de saúde, Celeste recorreu ao postinho mais próximo de sua casa, no bairro Sanga Funda. Lá ela relatou os seus sintomas, mas houve apenas a recomendação de alguns exames gerais, que acabaram não diagnosticando os problemas. Após isso, ela viveu um episódio em que teve fortes dores no lado direito da barriga, sendo necessário que seu marido a levasse ao Pronto Socorro de Pelotas (PSP), onde os médicos acreditaram que poderia ser algo relacionado à vesícula e, por isso, pediram um ultrassom.
Ao realizar o procedimento, veio a primeira descoberta: um nódulo de dez centímetros no fígado. Celeste precisou consultar com um médico o mais rápido possível. "Minha patroa me indicou um patologista. Ele logo viu que eu estava com metástase no fígado e que não era um nódulo, mas sim dois. A metástase do fígado vinha de outro lugar e aí começamos a investigar. Acabei fazendo outros exames, mas não consegui fazer a colonoscopia e nesse momento eu já estava muito debilitada, sem caminhar direito ou me alimentar. Com isso, o médico me disse que eu precisava me internar com urgência", relata.
Assim, Celeste passou um mês internada e, nesse meio tempo, realizou um novo exame, chamado Enema, através do qual finalmente foi possível constatar que era uma lesão no intestino e que já estava em estágio avançado. O câncer de intestino é o terceiro tipo de tumor mais comum no Brasil, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca). Em alguns casos, se descoberto previamente, pode ser curado através da colonoscopia. Mas no caso de Celeste, em função da descoberta tardia, foi necessária uma cirurgia urgente e a colocação de uma bolsa de colostomia.
Após o procedimento, foi tempo de começar uma nova fase com as quimioterapias. "Estava indo tudo bem, o Ceia (exame que realiza a contagem das células cancerígenas no sangue) mostrava que estava baixando muito o valor, quase zerando. Só que aí surgiu uma metástase no osso do quadril e começou a subir tudo de novo. A doutora resolveu mudar para outra quimioterapia, que era a mais forte para o meu tipo, mas ainda não estava tendo resultado", desabafa.
A última esperança
Ao falar sobre o remédio que pode ajudar no seu quadro de saúde, Celeste conta que a médica disse à família: "Essa é a última esperança". Com as quimioterapias não funcionando, a saída para o câncer de intestino pode ser o Erbitux ou Cetuximab, medicamento utilizado em último caso e não fornecido pelo SUS. O valor do fármaco pode chegar a até R$ 20 mil por aplicação. Por isso a paciente tentou conseguir o tratamento através da Justiça, mas o seu pedido foi negado, mesmo após recorrer.
"Eles alegam que esse remédio só é liberado como uma terceira linha de tratamento e que custaria muito caro ao SUS. Na época eu estava com um tratamento que estava dando certo, então negaram. Agora a médica mandou novamente o laudo explicando a situação e mesmo assim a resposta foi negativa", explica Celeste.
Dessa forma, a saída foi buscar ajuda da comunidade, através de uma vaquinha virtual, na qual a família pede doações para a compra das 12 doses necessárias para o tratamento mínimo de seis meses. O custo total pode variar de R$ 10 mil a R$ 15 mil reais. Até o momento, com o valor arrecadado, Celeste já conseguiu comprar a primeira aplicação, realizada na semana passada. Agora ela segue à procura de ajuda para adquirir as outras doses.
Apoio que dá forças
Desde o início da batalha contra o câncer, o marido e os filhos não saíram do lado de Celeste. O sorriso dela ao falar sobre os familiares expressa todo o amor e o carinho pela família. "Sou muito grata. A família que eu e meu marido não tivemos, construímos juntos. Se não fosse ele, eu não sei o que teria feito".
Julia Silva, 16, é uma das filhas de Celeste. As duas conversam muito e brincam que a menina virou quase uma enfermeira por causa dos cuidados que tem com a mãe. "Mudou tudo de uma hora pra outra, então ainda estamos nos acostumando com a nova rotina. Tem dias que estamos mais pra baixo, mas estamos sempre juntas, nos apoiando", diz Julia.
Mesmo com as adversidades, Celeste mantém a tranquilidade e sorriso no rosto. Ela diz que, com a doença, passou a ver vida de uma nova forma e a dar mais valor às coisas. "Prefiro agradecer pelo que está dando certo. Até meu último suspiro vou estar lutando", aponta.
Saiba como ajudar!
Pix
000857780-36 Leandro Pereira Silva (CPF)
913578450-49 Celeste da Silva (CPF)
Link da vaquinha - www.vakinha.com.br/vaquinha/todos-pela-celeste
Domingueira (Almoço em prol da Celeste)
Cardápio: Feijoada, Carreteiro e salada verde
Local: CTG Unidos da Querência, avenida Ildefonso Simões Lopes, 4790
Valor: R$ 15,00
O evento terá atrações especiais e cada ingresso estará concorrendo a um casal de gansos. Os ingressos podem ser adquiridos através de Leandro Silva, pelo WhatsApp (53) 98117-3045.
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