Opinião
Em qualquer plataforma
Na [magis+] desta terça (3), o Pablo Rodrigues aborda os avanços do jornalismo digital em 2017
É fato: estamos em uma nova ambiência. Mais do que uma simples época de mudanças, vivemos em uma mudança de época. E não se trata apenas de um mero jogo de palavras. O modo de nos relacionarmos uns com os outros tem se alterado, tem se tornado, por exemplo, cada vez mais mediado. O período é de complexidades. Há muita informação disponível na rede. E uma crise de confiança enorme. Mais: muitas vezes, há também uma bestialidade enorme. Em nome de uma liberdade tremendamente mal entendida, aquela do "tudo posso porque sou livre", alguns se sentem autorizados a opinar sobre qualquer coisa e, pior, a dizer qualquer coisa. Em nome da liberdade, a própria liberdade é mutilada.
Contra isso, é preciso resistir.
Ao passo em que muito da cultura da internet precisa entrar nos "jornais tradicionais" (e cada vez mais essa expressão soa sem sentido, deslocada temporalmente), a cultura dos jornais - como a da checagem criteriosa e a do uso cotidiano dos valores-notícia - precisa, urgentemente, habitar o mundo digital. Inúmeros meios de comunicação trabalham extremamente bem nas duas plataformas: a digital e a impressa. O Diário Popular está entre eles. Os números de acesso, sempre crescentes, mostram isso. Fruto da confiança alcançada - e mantida, diariamente, com competência - em mais de um século de história.
Os exemplos são muitos.
A matéria sobre a professora estadual aposentada que tentou colocar fogo no próprio corpo, em plena agência do Banrisul em Pelotas, gerou mais de 237 mil visualizações apenas no site do Diário Popular. Se for levado em consideração o alcance da notícia no Facebook do jornal, os números se multiplicam imensamente. Situação terrível a da mulher, que deveria estar em tranquilidade, aproveitando o descanso da aposentadoria. Situação comum, infelizmente, no Rio Grande do Sul de Sartori e seus desumanos parcelamentos de salário, impostos aos servidores. Com sobriedade e respeito humano, o Diário Popular noticiou a tentativa desesperada da professora. De respeito, o leitor, certamente, entende. E soube reconhecê-lo.
Importa é ter conteúdo de qualidade. Sempre importará. Independentemente da plataforma. O resto sempre será somente a ânsia pelo furo, pela notícia - ou desnotícia - dada primeiro, sem checagem e sem compromisso com o mais próximo que se possa chegar à verdade. O Diário Popular tem seu público cativo no impresso. E cresce, de maneira impressionante, na internet. Cresce porque trabalha com seriedade. Porque checa as informações. Porque não as distorce maldosamente. A página do jornal no Facebook é exemplo deste crescimento: tem mais de 150 mil curtidas. Fruto do trabalho sério e comprometido da equipe de jornalismo digital, capaz de informar e também de se relacionar com o leitor.
Em 2017, ano que se inicia, o Diário Popular pisará ainda mais fundo na integração entre impresso e web. E tudo com um entendimento básico: o de que fazer jornalismo é ajudar a construir comunidade. Nas notícias do jornal, seja em papel ou na internet, o leitor precisa não apenas continuar a se reconhecer, mas a se sentir cada vez mais representado. Algumas bandeiras precisam ser empunhadas em conjunto e vão desde a duplicação da BR-116 (abraçada já pelo Pelotas 13 Horas, do jornalista Clayton Rocha) à ampliação do número de fichas de atendimento nos postos de saúde do município.
Enfim, o ano promete bons, honestos e necessários embates. Boas, honestas e necessárias histórias.
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