Educação
Escolas buscam salas para 120 crianças
Prefeitura não renova contrato com empresa que fornecia contêineres que serviam como salas de aula na Piratinino de Almeida e Mário Meneghetti; pais cobram soluções
Jô Folha -
A partir desta quarta-feira (31) as escolas municipais de Ensino Fundamental de Pelotas Piratinino de Almeida e Mário Meneghetti terão que encontrar locais para acomodar 120 alunos. Os quatro contêineres que abrigam os estudantes, dois em cada educandário, serão retirados pela empresa Modular Contêineres, de Canoas, por falta de renovação do contrato pela Secretaria Municipal de Educação e Desporto (Smed).
As direções das escolas ficaram surpresas ao serem avisadas da retirada pela própria empresa, na última sexta-feira, sem nenhum comunicado por parte da Smed. Na Mário Meneghetti, 40 alunos de duas turmas de 8ª série não terão salas, conta a diretora Raquel Veiras. Os contêineres estão na instituição desde 2014, como medida provisória até a construção de novas salas. Estudantes e professores estão indignados e prometem uma manifestação nesta quarta.
A situação na Piratinino de Almeida não é muito diferente. Lá, 80 crianças têm aulas em dois contêineres, nos turnos da manhã e da tarde. Uma alternativa oferecida pela Smed, segundo a diretora Cristina Torres dos Santos, é a realocação das turmas em um prédio próximo, mas o local já abriga 60 alunos da Escola de Educação Infantil Albina Peres, e só possui quatro salas. Além disso, o prédio tem goteiras, falta ventilação, as divisórias não são apropriadas e os alunos teriam que atravessar a avenida Domingos de Almeida constantemente para usar as instalações. Reni Silveira, 49, tem uma filha na Piratinino de Almeida e considera o local indicado insalubre: "É pior que o contêiner".
Os pais dos alunos foram até a prefeitura na tarde desta segunda-feira (29) para cobrar soluções e evitar que os filhos fiquem sem ensino, mas não ficaram satisfeitos. Mudar de escola não resolve o problema, afirma Aline Acosta de Souza, 33. Ela considera a escola ótima e enfatiza que a falta de estrutura já deveria ter sido resolvida há muito tempo. Os pais também planejam uma manifestação para o dia da retirada dos contêineres.
Entenda
Em fevereiro de 2014, nove contêineres com capacidade para até 25 alunos foram distribuídos entre as escolas Jornalista Deogar Soares, Mário Meneghetti, Jacob Brod, Piratinino de Almeida, Osvaldo Cruz, Antônio Ronna e Santa Terezinha, como solução temporária até a construção dos módulos fixos num prazo de seis meses. Na Piratinino de Almeida e na Mário Meneghetti, no entanto, as obras sequer começaram.
O contrato foi sendo renovado até o último 7 de agosto, conta o sócio-gerente da Modular Contêineres, Leandro Fontoura. Após a data, a empresa entrou em contato com a Smed, que não manifestou interesse em continuar utilizando o serviço. Fontoura garante que foi solicitado um documento com o posicionamento da Secretaria, mas nunca chegou.
Para evitar a retirada do equipamento, a Smed tem até as 12h desta terça-feira para enviar um pedido de continuidade do uso dos contêineres, estabelecendo o tempo pretendido. Caso isso não ocorra, nesta quarta pela manhã eles serão retirados, garante o gerente.
O que diz a Smed
"Não haverá renovação do contrato", afirmou no início da noite desta terça o secretário da Educação, José Francisco Madruga da Conceição. Os alunos precisarão ser realocados dentro das instituições ou nos espaços oferecidos pela secretaria.
Quanto à construção das salas definitivas, o secretário informa que foi aberta uma licitação, mas não houve interessados. O processo será reaberto em breve.
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