Região

Estaleiro deve demitir mil funcionários, diz sindicato

Em nota, QGI nega a saída dos módulos da P-77, mas não comenta sobre demissões; sindicato dos Metalúrgicos mobiliza categoria para assembleia na segunda-feira

Divulgação -

A crise instalada no estaleiro de Rio Grande parece não ter fim. A notícia desta sexta-feira (29) de que mil operários deverão ser demitidos mobilizou o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Metalúrgicas e de Material Elétrico de Rio Grande e de São José do Norte (Stimmerg), que chama a categoria para uma assembleia geral às 7h30min de segunda-feira, dia 2. Na pauta, a quebra de contrato entre a empresa e o sindicato e o descaso dos governos com o Polo Naval.

Segundo o vice-presidente do Stimmerg, Sadi Machado, um navio está atracado no Porto para levar os módulos da plataformas iniciadas na região para o Rio de Janeiro e para a China, repassando a finalização das estruturas para outros lugares. "Nos garantiram que a edificação e a acoplagem da P-75 e da P-77 seriam feitas aqui", disse Machado. Revoltado com a situação de quebra de contrato, o sindicalista diz que falta um plano de desmobilização e mais diálogo com as empresas. "Nós estamos conscientes de que o trabalho no setor é sazonal, mas a promessa foi de que se estenderia por mais tempo".

Machado lembra ainda que os funcionários que poderão ser dispensados são da região, sendo que as empresas vão manter somente a mão de obra de fora do Estado. "Há uma omissão geral dos governos estadual e federal com relação ao setor", lamenta. O Polo Naval já foi alvo de grandes investimentos e da retomada do desenvolvimento da Zona Sul.

Contraponto
Em nota, a Queiroz Galvão nega a retirada dos módulos e repudia a informação, considerada "irresponsável e de interesse próprio". Segundo o documento, os equipamentos que estão sendo transportados não fazem parte do escopo de trabalho que está originalmente previsto para ser realizado em Rio Grande. No entanto, não há nenhuma referência às demissões (confira a nota na íntegra aqui).

Tranquilidade parcial em São José do Norte
Preocupada com a situação, a prefeita de São José do Norte, Fabiany Zogbi Roig (PSB), em contato com um representante da EBR (estaleiro que atua na cidade) foi informada na manhã desta sexta que em outubro de 2016 a empresa tinha 3,3 mil funcionários e atualmente são 2,2 mil, graças a um aditivo com a Petrobras que garantiu a finalização da P-74. O contrato vai até o dia 6 de janeiro e até lá não haverá rescisões. Depois dessa data, a empresa manterá funcionários do setor administrativo na esperança de fechar contratos de mão de obra com multinacionais.

Sobre as demissões de mil trabalhadores, Fabiany diz que muitos moradores do município atuam em Rio Grande e podem estar na leva dos possíveis dispensados. "Para nós isso impacta negativamente, uma vez que vai atingir a economia da cidade, principalmente o comércio."

Acordo coletivo
Outro assunto a ser debatido na assembleia de segunda-feira será a quebra do acordo coletivo entre estaleiros e Stimmerg. Conforme o sindicato, além de não poder reverter o quadro de demissões em massa, as empresas descumprem com o dissídio coletivo. Sadi Machado diz que os estaleiros entraram com ação judicial na Justiça do Trabalho para não pagar os 6% de reajuste negociado e, na hora da demissão, descontam o percentual da verba rescisória.

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