Saúde

Estímulo à doação de órgãos

Ação do Grupo Pró-Doação de Órgãos foi realizada neste sábado (24)

Volmer Perez -

Antecipando o Dia Nacional de Doação de Órgãos, dentro da programação do Setembro Verde, o Grupo Pró-Doação de Órgãos realizou neste sábado (24) uma ação em dois turnos, com objetivo de sensibilizar e esclarecer à comunidade sobre a importância desse ato. No Largo Edmar Fetter, em frente ao Mercado Central, voluntários fizeram o trabalho corpo a corpo e distribuíram panfletos informativos sob a hashtag #1salva8. Atualmente mais de dois mil gaúchos e cerca de 60 mil brasileiros aguardam por uma doação.

A coordenadora da iniciativa, advogada e escritora Laura Tonial, lembra que não há credenciamento para doação, quem quiser que a família acate esse desejo precisa apenas externar essa vontade às pessoas de seu círculo social. "A pessoa tem que dizer para a família, 'sou doador de órgãos'. Não precisa mais colocar na identidade. É a família quem decide, mas quando a família sabe do teu desejo ela respeita", fala. A programação do evento começou às 10h e contou com apresentação da Banda do Exército, ainda pela manhã e à tarde com a Bateria Caldeirão e do músico Pedro Javier.

O Grupo Pró-Doação de Órgãos teve início dentro do Rotary e hoje tem 78 parceiros, entre escolas, hospitais e outras entidades. "Temos feito muitas ações nesse sentido e como dia 27 é o Dia Nacional puxamos a campanha para este sábado. Procuramos, pelo menos, uma vez por mês fazer um chamamento grande, porque pretendemos que essa campanha seja permanente", diz a coordenadora.

Para ser feita a doação de órgãos é exigido por lei que dois médicos atestem a morte cerebral e que dois exames especializados corroborem com o diagnóstico. Na região Sul, a
Organização de Procura de Órgãos Nº5 (OPO5), que abrange as cidades de Pelotas, Rio Grande, Canguçu, Bagé e Dom Pedrito, é responsável pela busca ativa nos hospitais. "Fazemos essa procura nos hospitais, emergências e UTIs em busca de potenciais doadores", explica a enfermeira Viviani Mendonça.

Viviani comenta que o maior impeditivo das doações surge quando a família desconhece o desejo do paciente em relação ao tema. Por este motivo é imprescindível que as pessoas falem sobre o tema em casa, para que todos tenham certeza sobre como seus familiares encaram o assunto.

O médico Luciano Teixeira, presidente da Comissão Intra-hospitalar Para Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (Cidot) do Hospital Universitário São Franscisco de Paula/UCPel, lembra que a decisão final é sempre dado pela família. "É muito importante que esse assunto seja debatido em todas as camadas da sociedade, porque o momento de dizer sim, é um momento de dor extrema, de perda, normalmente por uma situação trágica e a família nesse momento de perda também tem que tomar uma decisão. Caso esse momento chegue vai ser mais fácil cumprir o meu desejo, porque essa decisão já foi tomada" argumenta.

Curso de formação

Laura Tonial comenta que para o Grupo que ela representa é muito importante ter essa parceria com as Cidots, porque eles fazem o trabalho fora das instituições de saúde. "As Cidots estão nos hospitais e é nesse momento que as Comissões precisam estar bem aparelhadas para fazer essa abordagem. Por isso nós estamos negociando com o governo do Estado um curso de formação, que será feito no IFSul", comenta Laura.

No Rio Grande do Sul a maioria dos pacientes em fila de espera aguarda rim. De acordo com médico isso acontece porque é possível substituir o funcionamento dos rins com o uso de máquinas, porém a um custo alto de qualidade de vida dos usuários. "São máquinas que mantém a pessoa viva, mas a um custo altíssimo. A pessoa não consegue manter suas atividades. Tem outro custo por trás disso, o econômico. Esse tratamento e as complicações que acontecem, dispendem um volume de recursos públicos muito alto", comenta o médico.

Teixeira lembra que um doador pode fazer até oito doações, ou seja, pode tirar oito pessoas da fila de espera e dar a elas a chance de voltar a viver com qualidade. "Estar na fila de espera por um órgão é desumano, um dia, quem sabe, vamos zerar essa fila."

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