Reivindicação
Estudantes do Pelotense protestam por merenda
Entrega incompleta de mantimentos prejudica a produção de 2.200 porções diárias no colégio
Jerônimo Gonzalez -
Atualizada às 18h55min
"O Gato Pelado está com fome", dizia um dos cartazes da manifestação que cerca de 70 alunos do Colégio Municipal Pelotense mobilizaram na manhã desta quinta-feira (13). Na pauta, a pouca merenda ou a total falta dela, problema com o qual a escola convive há pelo menos dois anos.
A principal queixa está na incoerência do material que chega até o local. Há feijão, mas falta o sal. Arroz costuma vir, mas falta óleo. Por conta disso, o lanche servido tem sido, na maioria das vezes, suco com bolachas. "O ápice foi quando havia apenas carne e leite", comentou ao Diário Popular a estudante Isadora Caleiro, uma das organizadoras do movimento.
O imbróglio envolvendo a alimentação dos estudantes piorou no início do ano, quando o colégio foi vítima de assaltantes que levaram parte dos mantimentos, além de equipamentos para a preparação das merendas. Desde então, tem sido ainda mais complicado manter a rotina de 2.200 porções servidas diariamente entre manhã, tarde e noite.
Segundo a coordenadora da merenda do Pelotense, Cristina Ebling, na semana passada o colégio teve condições de servir apenas leite com achocolatado aos alunos. "Estamos trazendo de casa para não deixar faltar, pois sabemos que existem crianças que vêm ao colégio muito porque aqui são alimentadas", lamenta, destacando que, de quatro anos para cá, muitas merendeiras deixaram a instituição, mas não foram repostas.
Contraponto
Houve reposição de mantimentos no colégio na noite anterior ao protesto. A iniciativa, porém, é apenas paliativa, segundo os estudantes. "Daqui dez dias teremos que protestar novamente", projetou Anna dos Santos, 16. O secretário de Educação e Desporto, Athur Corrêa, por outro lado, disse ao Diário Popular que a merenda "está sendo atendida regularmente em todo 2017 no Pelotense" e que se trata de suposição dizer que em duas semanas o problema voltará a ocorrer. "Asseguro aos alunos que não faltará merenda", finalizou, considerando como "disputa política" a mobilização dos discentes.
O diretor do Pelotense, Arthur Katrein, por sua vez, disse não ter havido regularidade em momento algum desde que assumiu o cargo, em 2015. "Faltar, de fato, não falta. Conseguimos de um jeito ou de outro, com muita boa vontade. Mas é uma reposição incompleta. Temos feijão e tomate, mas não temos arroz, então não há nem mesmo como utilizar o que temos. Alimentação é direito do aluno e precisa ser disponibilizada na quantidade e qualidade adequadas. Assim como temos o nosso planejamento de gestão, o município precisa se organizar para garantir a comida aos estudantes."
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