Perspectiva
Excesso de chuva pode prejudicar safra de pêssego
Previsão é recente, mas já preocupa a Associação dos Produtores da região
Os pessegueiros da região estão em plena floração, que é um um bom sinal de safra. Mas se a chuva continuar volumosa, os produtores já preveem prejuízos. A informação é do presidente da Associação dos Produtores de Pêssego da Região de Pelotas, Mauro Rogerio Scheunemann, justamente na semana em que a cidade anuncia a realização da 15ª Conferência Mundial de Pêssegos para a Indústria, evento inédito, previsto para acontecer em 2023.
"Só teremos uma definição de como será a safra dentro de uns sete ou dez dias, dependendo da chuva. Mesmo sendo muito recente, já temos produtores falando em quebra", disse Scheunemann. O excesso de água pode causar, principalmente, o aparecimento de fungos que apodrecem o fruto e, sem intervalos de dias com tempo seco, fica até difícil pulverizar a área cultivada. A explicação é de uma das mais conceituadas pesquisadoras do fruto que atua na Embrapa Clima Temperado há 50 anos, Maria do Carmo Bassols Raseira. Ela alerta que este é um momento de muita atenção para os produtores, que devem cuidar ainda que não haja água parada no pomares, que podem acabar com a planta.
A especialista, no entanto, está mais otimista para os resultados da cultura na região. "Diferentemente das regiões mais à serra, o frio se manteve mais por aqui, e com isso a floração não foi antecipada", conta. Para a especialista, ainda é cedo para fazer uma previsão, mas aposta em uma boa safra. "Nunca teremos uma frustração na colheita, por causa da variedade de pêssegos cultivados. Isso quer dizer que se uma geada que possa vir acontecer atingir um tipo, outros podem ser mais resistentes." Este ano foram colhidos 30 mil toneladas, abaixo do estimado, mesmo assim foi considerada uma safra razoável. Entre os tipos mais importantes, estão pelo menos dez, mas Maria do Carmo contabiliza mais de 20 cultivares de pêssego na região. Por ordem de maturação, Mauro Scheunemann destaca Granada, Jader, Esmeralda, Maciel, Santa Áurea e Eldorado.
Sol de primavera
O clima mais uma vez se faz protagonista para um bom desempenho dos cultivares. Caso a chuva não cause prejuízos, a próxima fase, no mês que vem, deverá ser de bastante sol. "Dias nublados por muito tempo podem influenciar no teor do açúcar da fruta", revela a pesquisadora. Os mais de mil produtores da região, que inclui Pelotas, Capão do Leão, Arroio do Padre, Piratini, Canguçu, Morro Redondo, Cerrito e São Lourenço do Sul, também vão precisar contar com a sorte para que nesta época faça calor. "Os produtores podem ter algum prejuízo se nesse período ocorrerem geadas", comentou Maria do Carmo. Independentemente do resultado da colheita, que vai de outubro a janeiro, a maior parte da produção é adquirida pela indústria de conserva, que também está com boas expectativas para 2023.
Esta semana, o presidente do Sindicato das Indústrias de Doces e Conservas Alimentícias de Pelotas (Sindocopel), Paulo Crochemore, anunciou a 15ª Conferência Mundial de Pêssegos para a Indústria, que pretende reunir no município delegações de cerca dez países. O encontro estava previsto para ocorrer em 2020, mas devido à pandemia foi adiado, Conforme os organizadores, já estão confirmadas as participações de representantes da África do Sul, Argentina, Austrália, Chile, China, Espanha, Estados Unidos, Itália e Grécia.
O presidente do sindicato diz que o objetivo é inserir Pelotas no contexto internacional, discutindo os problemas de comercialização mundial, trocando experiências e buscando ampliar os mercados para exportação. "Nos consolidando entre os maiores produtores do pêssego em calda do mundo", projeta Crochemore. Segundo levantamento, o município já responde por grande parte da produção da fruta para indústria no país, sendo que no ano passado foram produzidas, na cidade, cerca de 30 milhões de latas do fruto em conserva. Aproximadamente 20% dessa produção já é exportada para o Uruguai, Paraguai, Peru, Bolívia e Venezuela. A prefeitura de Pelotas já se colocou à disposição dos organizadores.
O raio-X do pêssego
Produtores no município: 605 famílias
Produtores na região: mais de 1 mil
Área plantada em Pelotas: 2.850 hectares
Produção: 28,5 mil toneladas da fruta
Possui ainda 150 hectares de cultivo irrigado, com rendimento de três mil toneladas, segundo informações da Secretaria de Desenvolvimento Rural de Pelotas
Os pessegueiros da região estão em plena floração, que é um um bom sinal de safra. Mas se a chuva continuar volumosa, os produtores já preveem prejuízos. A informação é do presidente da Associação dos Produtores de Pêssego da Região de Pelotas, Mauro Rogerio Scheunemann, justamente na semana em que a cidade anuncia a realização da 15ª Conferência Mundial de Pêssegos para a Indústria, evento inédito, previsto para acontecer em 2023.
"Só teremos uma definição de como será a safra dentro de uns sete ou dez dias, dependendo da chuva. Mesmo sendo muito recente, já temos produtores falando em quebra", disse Scheunemann. O excesso de água pode causar, principalmente, o aparecimento de fungos que apodrecem o fruto e, sem intervalos de dias com tempo seco, fica até difícil pulverizar a área cultivada. A explicação é de uma das mais conceituadas pesquisadoras do fruto que atua na Embrapa Clima Temperado há 50 anos, Maria do Carmo Bassols Raseira. Ela alerta que este é um momento de muita atenção para os produtores, que devem cuidar ainda que não haja água parada no pomares, que podem acabar com a planta.
A especialista, no entanto, está mais otimista para os resultados da cultura na região. "Diferentemente das regiões mais à serra, o frio se manteve mais por aqui, e com isso a floração não foi antecipada", conta. Para a especialista, ainda é cedo para fazer uma previsão, mas aposta em uma boa safra. "Nunca teremos uma frustração na colheita, por causa da variedade de pêssegos cultivados. Isso quer dizer que se uma geada que possa vir acontecer atingir um tipo, outros podem ser mais resistentes." Este ano foram colhidos 30 mil toneladas, abaixo do estimado, mesmo assim foi considerada uma safra razoável. Entre os tipos mais importantes, estão pelo menos dez, mas Maria do Carmo contabiliza mais de 20 cultivares de pêssego na região. Por ordem de maturação, Mauro Scheunemann destaca Granada, Jader, Esmeralda, Maciel, Santa Áurea e Eldorado.
Sol de primavera
O clima mais uma vez se faz protagonista para um bom desempenho dos cultivares. Caso a chuva não cause prejuízos, a próxima fase, no mês que vem, deverá ser de bastante sol. "Dias nublados por muito tempo podem influenciar no teor do açúcar da fruta", revela a pesquisadora. Os mais de mil produtores da região, que inclui Pelotas, Capão do Leão, Arroio do Padre, Piratini, Canguçu, Morro Redondo, Cerrito e São Lourenço do Sul, também vão precisar contar com a sorte para que nesta época faça calor. "Os produtores podem ter algum prejuízo se nesse período ocorrerem geadas", comentou Maria do Carmo. Independentemente do resultado da colheita, que vai de outubro a janeiro, a maior parte da produção é adquirida pela indústria de conserva, que também está com boas expectativas para 2023.
Esta semana, o presidente do Sindicato das Indústrias de Doces e Conservas Alimentícias de Pelotas (Sindocopel), Paulo Crochemore, anunciou a 15ª Conferência Mundial de Pêssegos para a Indústria, que pretende reunir no município delegações de cerca dez países. O encontro estava previsto para ocorrer em 2020, mas devido à pandemia foi adiado, Conforme os organizadores, já estão confirmadas as participações de representantes da África do Sul, Argentina, Austrália, Chile, China, Espanha, Estados Unidos, Itália e Grécia.
O presidente do sindicato diz que o objetivo é inserir Pelotas no contexto internacional, discutindo os problemas de comercialização mundial, trocando experiências e buscando ampliar os mercados para exportação. "Nos consolidando entre os maiores produtores do pêssego em calda do mundo", projeta Crochemore. Segundo levantamento, o município já responde por grande parte da produção da fruta para indústria no país, sendo que no ano passado foram produzidas, na cidade, cerca de 30 milhões de latas do fruto em conserva. Aproximadamente 20% dessa produção já é exportada para o Uruguai, Paraguai, Peru, Bolívia e Venezuela. A prefeitura de Pelotas já se colocou à disposição dos organizadores.
(BOX)O raio-X do pêssego
Produtores no município: 605 famíliasProdutores na região: mais de 1 milÁrea plantada em Pelotas: 2.850 hectaresProdução: 28,5 mil toneladas da fruta
Possui ainda 150 hectares de cultivo irrigado, com rendimento de três mil toneladas, segundo informações da Secretaria de Desenvolvimento Rural de Pelotas
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