Por Helena Schuster
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(estagiária sob supervisão de Vinicius Peraça)
Faltando pouco menos de um mês para a abertura da safra do camarão na Lagoa dos Patos, pescadores demonstram otimismo para a temporada deste ano, que começa no dia 1º de fevereiro. Segundo informativo da Emater, a lagoa está salgada e larvas de camarão já podem ser vistas em algumas localidades, informação confirmada por pescadores. Além da expectativa positiva para o crustáceo, a pesca de tainha, que está ocorrendo neste período, também anima o setor.
O presidente do Sindicato dos Pescadores da Colônia Z-2, de São José do Norte, Irandi Rodrigues, vê com otimismo as condições climáticas da Zona Sul até o momento. "Hoje nós temos água salgada e um clima seco, favorável para a pesca do camarão. A esperança do nosso pescador em ter uma safra melhor do que o ano passado é grande", comenta. Em 2022, a captura ficou abaixo do esperado e frustrou as colônias da região. Na época, o crustáceo foi embora mais cedo e, cerca de um mês antes do fim do período autorizado para a pesca, grande parte dos profissionais já havia guardado as redes. "Esse ano também temos um vento sudoeste favorável, que esparrama o camarão para o meio da lagoa", avalia.
Rodrigues também conta que os pescadores estão se preparando para a próxima temporada. "A turma aqui está otimista, já estão começando a arrumar as embarcações e pensando em cravar suas andanas", finaliza. Junto à preparação para a safra do crustáceo, também ocorre a captura de outras espécies na região. Em Pelotas e também em São José do Norte, o cenário é positivo na pesca da tainha e da corvina. Em Rio Grande, a captura de tainha segue com pouca comercialização e os pescadores investem em manutenção nas embarcações e redes para o camarão. Em São Lourenço do Sul, o relato dos trabalhadores artesanais é de pouco pescado, com destaque apenas para a corvina.
Família na espera pela temporada
Na Colônia Z-3, os irmãos Márcia e Arlindo Pereira confirmam o otimismo e a preparação para o início da próxima safra. "Agora a gente vai arrumando e organizando tudo para, quando liberar, já ter tudo pronto para pescar", explica Márcia. Apesar de trabalharem juntos, na safra de camarão o trabalho é individual. "Vou sozinha, faço a barraca em terra e levo tudo que preciso. Gosto de ficar bastante tempo, então a data é só de ida", conta Márcia. Para a pescadora, a expectativa é positiva este ano. "Tomara que o preço nos ajude, porque a lagoa já está salgada e acho que vai ser [uma temporada] boa", torce.
Além da preparação para o período do camarão, os irmãos também estão trabalhando com outras espécies. Na última terça-feira, os dois estavam prestes a embarcar juntos para pescar tainha. "A gente vai até o município de São José do Norte, que dá umas quatro horas de viagem de barco, e faz tudo embarcado, só vai para terra quando volta", conta Arlindo. Dependendo do resultado da pesca, a viagem dura de dois a três dias. "Vamos começar agora, mas acho que vai ser uma pescaria boa da tainha", estima Márcia.
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