Reflexão
Falta de acessibilidade é discutida entre estudantes de arquitetura
Oficina "Intervenções urbanas: a cidade dividida" proporcionou outros olhares para as ruas de Pelotas
Foto: Carlos Queiroz - DP - Em alguns pontos da cidade é impossível para um cadeirante se locomover
Vitória de Góes
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Idealizar e projetar a construção de uma cidade mais inclusiva. Esse é o objetivo do Laboratório de Estudos Comportamentais da Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal de Pelotas (Faurb/UFPel), que na tarde desta quinta-feira (9) saiu às ruas da cidade para ver de perto a situação dos espaços públicos.
Junto da Associação de Deficientes Físicos de Pelotas (Asdefipel) e da Ocupação Campo de Conexão, cerca de 30 alunos da Faculdade observaram e debateram sobre pontos na região central da cidade que não possuem acessibilidade. Conforme caminhavam pelas vias, os estudantes marcavam os espaços com fitas e placas dizendo "isso é hostil", em referência às ameaças que os locais apresentam à população.
Os coordenadores do Laboratório de Estudos, os professores Eduardo Rocha e Adriana Portella, comentam que a ideia foi justamente realizar uma aula na rua. "A gente vai fazer um mapa de Pelotas com todos os registros de hoje para adicionar ao nosso site e para que tanto os proprietários privados quanto as autoridades públicas entendam que algo deve ser modificado", explica Adriana.
A ação também faz parte do 1º Simpósio de Direito à Cidade, promovido pela Faculdade e que agora será transformado em congresso a ser realizado no mês de julho.
A necessidade de olhar para todos
Postes em meio às calçadas, buracos, falta de rampas e calçadas quebradas são alguns dos problemas enfrentados diariamente por quem precisa se locomover pela cidade, mas não encontra um espaço acessível.
Marcos Caetano é secretário da Asdefipel e acompanhou o grupo da Faurb para mostrar os obstáculos que encontra na locomoção de cadeira de rodas. "No centro, mesmo com problemas, ainda há alguns espaços acessíveis, mas no bairro isso nem existe e essa é a nossa maior dificuldade hoje", relata.
Outro problema é que, dos poucos espaços acessíveis, alguns parecem ser mal planejados. Rampas íngremes ou colocadas em calçadas pequenas, nas quais é impossível seguir adiante, como na esquina da rua General Neto com Padre Anchieta, são problemas comuns apontados. "Vai andar pela Félix da Cunha, não tem espaço na calçada. Tem postes, pedras, a gente que é cadeirante acaba andando pela rua e se arriscando mesmo", diz Marcos.
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