Saúde
Faltam médicos na UBS Laranjal
A unidade, que atende a população local e também o Estratégia Saúde da Família, tem funcionado apenas com uma médica para ambas as áreas e suas diferentes demandas
Há três anos o jovem Flávio Cabistani sofreu um acidente de trânsito do qual conseguiu se recuperar, porém com graves sequelas. Acamado, com baixa imunidade, dificuldades de fala e coordenação motora comprometida, o morador da Barra, no Pontal, é atendido pelo programa de Estratégia Saúde da Família (ESF), da Unidade Básica de Saúde (UBS) Laranjal. Através dele, Flávio recebe visitas domiciliares regularmente, de acompanhamento e avaliação médica, bem como outros 20 pacientes na localidade. O grupo, no entanto, vem enfrentando problemas no atendimento em função de um déficit de profissionais na unidade. Ali, apenas uma médica divide-se entre a população regular que recorre aos serviços da UBS e a demanda da ESF, tarefa que tem se mostrado praticamente impossível. Apesar da situação, a Secretaria de Saúde afirma não ter previsão de contratação de novos profissionais.
Aos cuidados apenas da tia, Eliana Casanova, Flávio tem recebido menos visitas do que o previsto. Em função da imunidade baixa, gripes e infecções respiratórias são recorrentes e preocupam Eliana devido à dificuldade de manejo com o sobrinho, que não tem como sair de casa. Para ela, o atendimento tem sido precário, combinado com a medicação, a qual tem enfrentado dificuldades para retirar junto ao município, o que torna a situação de Flávio ainda mais vulnerável.
Na unidade, a médica responsável pelo atendimento, Marialúcia Castro, explica a situação. Ela visitou Flávio ainda na última semana e mantém um contato regular, porém longe do ideal em função de estar sozinha frente à UBS. Ali, atende a comunidade do Laranjal, além das localidades Nesga, atrás do Valverde, e Barra, no Pontal, dentro do ESF. A princípio, são realizadas visitas a quatro casas uma vez na semana, porém, os atendimentos da UBS muitas vezes se estendem e comprometem as visitas.
Com Marialúcia, outra médica trabalhava até setembro deste ano, período o qual se afastou para a realização de um procedimento cirúrgico e acabou aproveitando para solicitar aposentadoria. Desde então nenhum novo profissional foi destinado à unidade. A diretora de Ações em Saúde da Secretaria de Saúde, Eliedes Ribeiro, afirma que recompor a equipe do Laranjal é prioridade para a SMS e a vaga está em aberto, no aguardo de interessados. Já a supervisora das Unidades Básicas de Saúde e de Estratégias de Saúde da Família (UBS/ESF), Cristina Zimmer, diz que se pensa em mapear uma nova área e implantar mais uma equipe de ESF no local, porém, sem prazos definidos.
Outra dificuldade apontada por Cristina é a falta de interesse dos profissionais. A vaga para médico plantonista, que recebe R$ 35,00 a hora, está em aberto, no entanto, sem candidatos. A demanda por um aumento neste valor, considerado defasado pelo sindicato médico, é antiga e deu origem a um projeto de lei que acabou não avançando na Câmara de Vereadores.
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