Trânsito

Fiscalização continua sim

Operação Avante absorveu blitze realizadas anteriormente na chamada Balada Segura, portanto não relaxe, pois você pode ser surpreendido em alguma barreira conjunta

Jô Folha -

Pensa que não tem mais Balada Segura em Pelotas, não? Pois não tem mesmo. Com esse nome. A fiscalização continua, porém dentro da Operação Avante, que só neste ano efetuou 42 prisões por embriaguez ao volante. Portanto, não relaxe e nem ponha em risco sua vida e a de outras pessoas. Pode parecer bobagem ouvir uma frase tão batida, mas vale lembrar sempre: se beber, não dirija. Até porque em uma dessas você pode ser surpreendido.

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De acordo com o comandante da Brigada Militar, tenente-coronel Eduardo Perachi, a Balada Segura está incluída na Operação Avante, que tem um foco mais abrangente. É montada uma barreira e realizada em conjunto as partes preventiva em relação a dirigir após ter ingerido álcool e repressiva no que tange a porte de drogas e armas.

A Operação Avante tem a parceria dos agentes de trânsito vinculados à Secretaria Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT) e é realizada nos mais diversos pontos da cidade, inclusive em áreas de vulnerabilidade social. Pela estatística da Brigada Militar deste ano, os números não diferem muito dos registrados em 2015, ou seja, não diminuiu o total de autuações e nem de prisões. Sem contar que há ocorrências feitas por outros órgãos, como Detran, Polícia Rodoviária Federal (PRF), Polícia Civil e eventualmente ações isoladas da SMTT. “Temos procurado ampliar nossas parcerias e são raras as ações em que os agentes de trânsito não estão presentes, assim como a Brigada nas ações do município”, explica.

O chefe dos agentes de trânsito da prefeitura de Pelotas, Sérgio Almada, destaca que a última Balada Segura feita em Pelotas pela SMTT foi em fevereiro. Este ano teve apenas quatro e depois a fiscalização foi incorporada pela Operação Avante. Segundo ele, o Estado estava exigindo maior número de agentes e o município não tinha. A questão dos coletes, que também não possuíam, foi resolvida. A BM passou a emprestar para os agentes, o que acontece até hoje. “Na Avante a gente leva o etilômetro e faz o teste do bafômetro”, diz, ao informar que de seis a dez agentes participam da inspeção junto com a Brigada.

Mas trabalho nesse sentido, apenas na operação conjunta, pois a SMTT tem dado prioridade a deslocar os agentes para controlar o trânsito na área central por causa das obras do corredor de ônibus e aos pegas feitos nas avenidas Dom Joaquim e Duque de Caxias. Dessa forma, as pessoas acreditam que não está tendo fiscalização: “É bom que não escutem mais falar de Balada Segura, assim não tem alerta para evitarem o consumo de álcool só em dias de operação”, comenta. Conforme Almada, elas estão sendo feitas sim e sempre de surpresa, no que se refere ao dia da semana, horário e zona da cidade. Portanto, se os condutores forem flagrados alcoolizados dirigindo, vão arcar com as consequências de seu ato.

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) realiza diariamente abordagens com o intuito de fiscalizar os condutores, com testes frequentes de etilômetro. O chefe da Delegacia Regional da PRF em Pelotas, José Apodi Dourado, ressalta que ao se negar a fazer o teste o condutor é notificado pela recusa e não pela constatação de embriaguez, independentemente de ter ou não bebido. “São coisas totalmente diferenciadas e infrações também diferentes, mas em ambos os casos os condutores poderão responder processo administrativo e terão sua CNH suspensa por no mínimo 12 meses”, explica. Quando constatada a embriaguez, o condutor é encaminhado à policia para flagrante, onde será estipulada fiança pela autoridade policial ou encaminhamento ao presídio.

Casa noturna chegou a disponibilizar motorista
Durou seis meses o serviço de motorista e carro disponibilizado pelo proprietário do João Gilberto Bar, João Carlos Ferreira Lopes. “No início tinha bastante movimento, mas as solicitações foram diminuindo, até parar”, informa. O condutor contratado por ele, que dirigia o carro do próprio João Carlos, chegou a fazer de oito a dez viagens por noite para levar clientes em casa. Em sua avaliação, as pessoas se acostumaram e estão buscando outras alternativas, como táxi ou carona com o motorista da rodada, a pessoa do grupo que não bebe e assume a direção. “Noto que o pessoal está bem organizado e consciente”, fala.
Para o tesoureiro do Sindicato dos Taxistas de Pelotas, o serviço de táxi noturno se intensifica na quinta-feira e vai até domingo com um bom movimento. Geralmente são entre três e quatro passageiros a ocupar o mesmo veículo e dividir a corrida. Para o taxista Rodrigo Aires, 30, o movimento caiu 60% há uns três meses, mas acha que é geral, porque nos bares também teve queda. Já Fernando Silva, 31, diz que aos sábados chega a fazer em torno de 30 corridas.

Muitos acreditam que não existem mais barreiras
Muitos condutores parecem ter relaxado mesmo, por julgarem que não tem mais fiscalização. Nos bares você pode conferir: tem gente bebendo com a chave do carro em cima da mesa ou até na mão. Mas tem muitos conscientes, como o agropecuarista Fábio Hammes, 39. “Agora que voltei a estudar estou no meio da piazada”, diz ele, enquanto toma uma cerveja com dois colegas de faculdade. “Mas meu carro já está guardado. Daqui (do bar) vou de táxi. É mais seguro, sem colocar ninguém em risco. Estava até conversando com a gurizada sobre isso”, completa.
O colega Lukas Gonçalves, 21, admite que que já aconteceu de beber e dirigir: “Aí quando chego em casa cobro muito de mim por ter sido irresponsável, porque a gente sabe que pessoas morrem por causa disso”. Lukas considera que a situação está mais frouxa de ambos os lados, ou seja, como consideram que a fiscalização diminuiu, os condutores relaxaram. O também estudante Victor Pereira, 20, garante: “Tô de carona, por isso tô bebendo”.

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