Mais um mutirão de combate ao Aedes Aegypti foi desencadeado em Pelotas. Desta vez, o alvo é o bairro Fragata, onde as equipes da Vigilância Ambiental permanecerão até esta quinta-feira. Até a tarde desta quarta-feira (10), 316 focos foram identificados em 2022, no município. E para combater a proliferação do mosquito, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) conta com o apoio da comunidade na implementação de medidas simples.

Para a agente de Combate de Endemias, Nina Abrantes, a conscientização é essencial já que o problema é de saúde pública. "Às vezes a pessoa não cuida da casa porque não tem informação, então a gente leva essa informação", destaca. E os dados da SMS confirmam a necessidade da inspeção durante as visitas domiciliares: 63% dos focos localizados em Pelotas estão concentrados no Fragata (veja mais detalhes abaixo). Com isso, os profissionais alertam para o crescimento expressivo no número de focos em Pelotas.

A agente ainda explica uma das informações compartilhada durante as visitas, sobre como surgem os focos. "O aedes é diferente do mosquito comum, ele procura um lugar seco, coloca o ovo e espera a água, e ele pode ficar ali durante um ano. Aí a pessoa tem um pneu, esquece um balde e vem a chuva e 15 dias depois tá ali o mosquito", afirma. O cuidado com as plantas gera muitas dúvidas e Nina explica. "Não deixar que junte água não quer dizer que a pessoa não pode ter planta, tira os pratinhos e se não der para tirar e chover, é só tirar as águas", pontua Nina.

Quem recebeu a equipe, na tarde desta quarta, foi Afonso Guerreiro que, mesmo captando águas das chuvas e tendo diversas plantas, comemorou o fato de nenhum foco ter sido encontrado. "Eu já estou acostumado com as visitas deles, tenho até as fichas guardadas. E na medida do possível eu tenho todos os cuidados. A gente não conhece tudo né, mas com orientação, a gente tenta cuidar. É um serviço necessário", enfatiza.

Apesar de exemplos como o de Afonso, um dos grandes desafios nessas ações é o receio por parte da comunidade. De acordo com relatos dos agentes, muitas pessoas têm medo e não gostam de recebê-los em suas residências. Mas a prefeitura reitera o pedido para receberem as equipes, que estão identificadas, além de salientar que são ações rápidas e se forem encontrados focos os agentes tratam para eliminar.

Veja onde está a maioria dos focos
* 63% - Fragata
* 20% - Centro
* 17% - estão distribuídos pelas outras regiões de Pelotas
Detalhe: A maior parte dos focos é do mosquito Aedes Aegypti (78,8%). Os outros pontos identificados correspondem à espécie Albopictus

Confira cuidados a adotar
- Evitar deixar água acumulada em recipientes, pneus, garrafas, calhas, ralos, entre outros;
- Limpar as caixas de água com frequência e deixá-las sempre tampadas;
- Trocar diariamente a água das vasilhas dos animais;
- A água das piscinas deve receber tratamento com cloro e não se deve desativá-las antes que toda a água seja retirada;
- Garrafas e recipientes que podem acumular água em seu interior devem ser armazenados em locais cobertos e de cabeça para baixo;
- Manter a lata de lixo sempre fechada e protegida da chuva.

Dia do Bota-fora
O mutirão antecede e serve de divulgação para o Dia do Bota-fora, que ocorrerá nesta quinta das 8h às 17h no loteamento Verona. A ação foi criada em 2019 e tem como objetivo recolher itens acumulados em residências ou em pátios, como madeiras, vidros e móveis. O dia ocorre uma vez por mês e já passou por outras sete localidades em 2022.

O serviço é feito gratuitamente pelas equipes da Secretaria de Serviços Urbanos e Infraestrutura. A prefeitura pede que os itens sejam colocados em frente às moradias. Este ano, ainda serão realizadas outras quatro edições, que passarão por Eldorado, loteamento Anglo e Balsa, loteamentos Ilha da Páscoa e Rota do Sol, e Umuharama.