Direitos
Franceses marcham contra reforma trabalhista antes de ir à votação
Proposta do governo socialista de François Hollande gera dissidência dentro do partido; medida dá autonomia a empresas para contratar e demitir funcionários
O governo da França invocou poderes constitucionais especiais nesta terça-feira (5) para impor mudanças na legislação trabalhista. O gabinete do presidente François Hollande defende que o polêmico projeto facilitará as contratações e demissões no país. Os sindicatos de trabalhadores agendaram para esta terça o último protesto antes da votação da proposta, que contou com rebeldes do próprio Partido Socialista, atualmente no governo.
A decisão do primeiro-ministro francês, Manuel Valls foi repudiada imediatamente por dissidentes da legenda, que alertaram que irão cogitar um voto de desconfiança no governo a menos de um ano das eleições gerais.
"Isso é triste, uma concessão era possível", disse Laurent Baumel, um dos 30 socialistas ou mais que dizem que a lei trai princípios da esquerda. "Valls parece ter recusado devido à sua intransigência costumeira", criticou
O governo aposta na medida para reduzir uma taxa de desemprego de 10% na França, concedendo às empresas mais liberdade para determinar suas próprias normas internas de pagamentos e condições de trabalho.
Como o projeto de lei voltou à Assembleia Nacional para uma segunda análise nesta terça, os sindicatos trabalhistas também marcaram uma passeata de última hora, levando a polícia a enviar grandes contingentes às ruas de Paris e de outras cidades para se contrapor ao risco de violência visto em manifestações anteriores.
Milhares de pessoas atenderam a convocação deste que deve ser o último protesto de rua antes das férias de verão.
Os opositores da reforma trabalhista afirmam que o projeto de lei irá descartar regulamentos que há décadas garantem padrões elevados de segurança e bem estar social para os trabalhadores franceses. "Esta é uma lei contraproducente social e economicamente", disse Marie-Jose Kotlicki, da central sindical CGT, uma das várias organizações por trás das manifestações frequentes dos quatro meses transcorridos desde o anúncio da reforma. "O governo está cometendo um erro ao subestimar o nível de descontentamento com esta lei", afirmou.
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