Proteção
Frustração no primeiro dia de vacina para bebês
Com a estimativa de quatro aplicações por hora, só um bebê estava agendando no ambulatório da UCPel
Foto: Jô Folha - DP - Funcionários de terceirizada estão com salários atrasados
A estratégia da prefeitura de Pelotas em agendar a vacina da Covid-19 em crianças com idades entre seis meses e dois anos, priorizando as com comorbidade, como forma de garantir que as 410 doses iniciais fossem suficientes, acabou sendo frustrada pela baixa procura no primeiro dia. No Centro de Especialidades não havia nenhuma marcação. No outro local destinado à imunização dessa faixa etária, no ambulatório da Universidade Católica de Pelotas (UCPel), somente uma criança foi imunizada às 8h da manhã. Para não perder as doses do frasco aberto (rende dez aplicações), a equipe de enfermeiras antecipou os bebês com mais de 11 meses e 29 dias, para segunda-feira. Pelo menos mais seis doses estavam previstas para serem aplicadas.
Uma delas foi a pequena Manuela Ribeiro, de um ano e seis meses, que estava desconfiada de tanta gente na sala de vacinas, porém manteve a tranquilidade. Ela teve um acidente vascular cerebral (AVC) ainda na barriga da mãe, a advogada Juliane Canez Lacerda, 37. “A sequela foi só no braço e para tanto ela faz fisioterapia. De cuidados só o acompanhamento neurológico e pediátrico. Mesmo assim, ela está dentro do grupo de cormobidade”, explicou. Depois de apresentar a carteira de vacinação de Manuela, o laudo médico e preencher o formulário, Juliane preparou a pequena, enquanto a dose Pfizer-BioNTech, era preparada. Foi então que Manuela se deu conta do que estava acontecendo e ficou desconfortável. Mas foi só um chorinho no momento da aplicação. “Eu fico muito feliz em saber que existe vacina para ela, pois vejo noticiários que a Covid-19 está voltando, e como ela tem histórico, é importante estar protegida”, revelou a mãe.
Bem distante do projetado - 40 agendamentos por dia no Centro de Especialidades e 42 no ambulatório da Universidade Católica de Pelotas - a enfermeira Tamires Pinho conta que para não desperdiçar as doses do frasco, a alternativa foi enviá-lo até o Centro de Especialidade na expectativa que fosse aproveitado. De acordo a diretora da Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Aline Machado da Silva, em caso de não comparecimento, como a procura em Pelotas está baixa pela vacina para este público, as equipes da Secretaria de Saúde estão ligando para as próximas pessoas agendadas, a fim de adiantar a aplicação e evitar o desperdício de doses. Conforme o departamento, o frasco da vacina Pfizer Baby, depois de aberto, tem duração de 12h.
O esquema vacinal para os bebês é de três doses: a segunda, após quatro semanas e a terceira após oito semanas e pode ser conduzida juntamente com as demais vacinas previstas no Calendário Nacional, sem a necessidade de intervalo entre as proteções. Já o agendamento das primeiras aplicações é feito pelo link pelotas.com.br/agenda-vacinação, acesso que pode dificultar quem não domina, ou não tem acesso à Internet.
Vacinômetro
A estimativa é que mais de 11,4 mil crianças dessa faixa etária sejam imunizadas. Mas assim como as demais faixas etárias, para atingir a meta vai ser preciso que a população se conscientize e coloque em dia a carteira de vacinação. Somente em 2022, 711 bebês haviam contraído o coronavírus. Ainda assim, 20.454 pessoas estão com a segunda dose em atraso; 73.065 moradores de Pelotas não tomaram dose e 69.886 ainda não procuraram a dose de reforço. Desse universo, mais de sete mil são idosos, ou seja, uma faixa etária que pode estar mais vulnerável a contrair o coronavírus.
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