A greve dos professores e funcionários da rede estadual de ensino passa a espalhar caravanas pelo interior do Rio Grande do Sul. Nesta quinta-feira (21), servidores da Educação de Pelotas, Rio Grande e Camaquã reúnem-se em plenária seguida de ato, a partir das 14h, no largo Edmar Fetter. As mobilizações, desencadeadas para fortalecer a paralisação - que completa duas semanas -, entram em choque com a posição do Executivo. Em nota divulgada no final da manhã de terça, o Governo Sartori defende: ... a greve adquire viés de movimento político, prejudicando a vida dos alunos e suas famílias.

O diretor do 24º Núcleo do Cpers-Sindicato, Mauro Amaral, rebate as declarações e lembra que o governo de José Ivo Sartori (PMDB) não respondeu a nenhum dos três pontos centrais da pauta de reivindicações: o fim do parcelamento dos salários e do 13º, a reposição salarial - que não ocorre desde novembro de 2014 - e a retirada de Propostas de Emenda à Constituição (PECs) que tramitam na Assembleia Legislativa e atingem diretamente direitos conquistados pelos trabalhadores.

"Essas declarações demonstram o quanto a nossa greve está forte", enfatiza Amaral. E volta a argumentar que a administração gaúcha teria outros mecanismos para estancar a crise financeira. Combate à sonegação - que só de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) atingiria em torno de R$ 5 bilhões em 2017 -, revisão da política de isenção fiscal e a recuperação de recursos da Lei Kandir, que já alcançam os R$ 48 bilhões, seriam algumas das ferramentas.

Mais força
Professores e funcionários contam com o apoio de integrantes da comunidade escolar para o ato desta quinta-feira, em Pelotas. Representantes de outras categorias do funcionalismo também são aguardados, já que a expectativa é de que, no dia 29 deste mês, o governo descumpra mais uma vez a Constituição Estadual e pague apenas parte dos salários dos trabalhadores. Por isso, o momento seria de fortalecer e não de esvaziar o movimento.

A nota do governo gaúcho
O governo do Estado alerta a sociedade gaúcha que, desde o dia 13 deste mês, todos os salários dos servidores estão pagos. O atraso não é questão de vontade, mas da maior crise financeira vivida pelo Estado na sua história. Os salários sempre foram quitados dentro do mês. Portanto, a greve do Cpers perde o seu sentido e adquire viés de movimento político, prejudicando a vida dos alunos e suas famílias. Não é hora de divisões e radicalismos. Apelamos para que os professores mantenham as aulas.

Confira o roteiro das Caravanas
Quinta-feira, 21
- Pelotas, Camaquã e Rio Grande
- Santa Maria, Santa Cruz do Sul, Cachoeira e São Gabriel
- Santana do Livramento, Bagé, Alegrete e Uruguaiana
- São Borja, Santiago, São Luiz Gonzaga e Cerro Largo

Sexta-feira, 22
- Porto Alegre (plenária 1), São Leopoldo (plenária 2), Taquara, Guaíba, Canoas, Osório e Gravataí
- Caxias do Sul, Montenegro, Estrela, Bento Gonçalves, Guaporé e Vacaria
- Passo Fundo, Soledade, Lagoa Vermelha, Erechim e Carazinho
- Santa Rosa, Três de Maio, Três Passos, Frederico Westphalen, Ijuí, Cruz Alta, Palmeira das Missões e Santo Ângelo