Decisão
Greve dos servidores da UFPel é suspensa
Os técnico-administrativos voltam ao trabalho nesta quinta-feira após 59 dias de paralisação
Jerônimo Gonzalez -
O que estava desenhado se confirmou. Foram suspensas as greves dos servidores da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e dos técnico-administrativos e professores do Instituto Federal Sul-rio-grandense (IFSul). As decisões foram tomadas nesta quarta-feira, em assembleias gerais. Nesta quinta-feira, à tarde, será a vez de os docentes da UFPel reunirem-se para definir os rumos da paralisação que, entre eles, chega a 53 dias.
E, ainda que diferentes vozes tenham tomado o microfone nos dois encontros, o tom dos discursos foi exatamente o mesmo: só se encerraram as greves. A luta e a mobilização permanecem. O próximo alvo às manifestações está, inclusive, definido: é a Reforma da Previdência, já apresentada pelo governo de Michel Temer (PMDB) ao Congresso Nacional. E de novo, em 2017, os atos deverão ser unificados, para ganhar força.
Na UFPel, a quinta-feira também será marcada pelo retorno dos servidores ao trabalho, após 59 dias. Nesta quarta, depois de mais de três horas de debate, algumas falas duras e divergências de ideias de fundo político-partidário, a categoria demonstrou consenso quando o tema em pauta foi relativo às ações futuras. E, para se manter mobilizada, algumas ferramentas já ficaram definidas: a criação de uma Frente de Resistência Democrática e a manutenção de panfletagens nas sinaleiras, com objetivo de alertar a população sobre as alterações que estão por vir, com as reformas da Previdência e Trabalhista.
“A grande vitória do nosso movimento foi ter chegado à população, para que ela entenda o quanto o voto que ela dá na urna é importante. Foi o maior ganho que tivemos”, sustentou a coordenadora-geral da Associação dos Servidores (Asufpel), Maria Tereza Fujii, um dia depois de a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 55 - que limitará os gastos públicos pelos próximos 20 anos - ter sido aprovada pelo Senado Federal.
E no IFSul como fica?
Os professores e técnico-administrativos voltam às atividades na segunda-feira. O desafio, daqui para frente, é a construção do novo calendário letivo. Com um detalhe: a categoria buscará com a direção do IFSul a certeza de que alunos e pais também poderão participar da tomada de decisões - destaca a coordenadora de Ação do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe), Daiani Luche.
Saiba mais como fica
UFPel - Os servidores voltam às atividades nesta quinta-feira, depois de 59 dias parados. Foram os primeiros a deflagrar greve em Pelotas e, no Brasil, ajudaram a embasar o posicionamento da Fasubra. Os professores, paralisados desde 24 de outubro, decidem nesta quinta, em assembleia, se também encerram a greve. O calendário acadêmico será definido em encontros do Conselho Coordenador do Ensino da Pesquisa e da Extensão (Cocepe).
IFSul - Técnico-administrativos e professores retomam as atividades na segunda-feira, 19. A categoria cruzou os braços em dois momentos: de 24 a 28 de outubro, por tempo determinado, e, desde o dia 31 de outubro, deflagrou greve por tempo indeterminado. Agora, cresce a expectativa pela definição do calendário de recuperação dos dias parados.
CAVG - O Campus Visconde da Graça também terá de reorganizar o calendário letivo, já que até quinta conta com profissionais tanto da UFPel, quanto do IFSul. As discussões devem ocorrer a partir da próxima semana. Pelo planejamento anterior às greves, o ano letivo de 2016 teria iniciado em outubro, mas o começo das atividades foi suspenso. “Faremos reuniões pedagógicas para avaliar e discutir e o aluno não ser prejudicado”, afirma o diretor de Ensino, Amauri Costa. Uma das hipóteses que deverão ser analisadas é a antecipação da volta às aulas, antes prevista para 16 de fevereiro, após 45 dias de férias.
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