O final da manhã desta sexta-feira (28) de Greve Geral foi marcado por lojas fechadas, no Calçadão de Pelotas. Às 11h11min, ao iniciar a caminhada, veio o anúncio: "Faremos o diálogo fraterno para que as lojas possam se somar à nossa luta", adiantou a presidente do Sindicato dos Municipários de Pelotas (Simp), Tatiane Rodrigues. Dali em diante, virou um jogo de abre e fecha de cortinas e de grades, conforme os integrantes de centrais sindicais, de movimentos sociais e estudantes se aproximavam com novo apelo de "Libera o funcionário".

Entre as palavras de ordem, os coros de Greve Geral vamos fazer, nenhum direito vamos perder e Eu tô na rua é para lutar pelo direito de me aposentar foram os que mais reverberaram. Um dos únicos momentos de maior tensão foi na esquina do Café Aquários, onde um dos clientes que se concentravam no local passou a disparar xingamentos aos manifestantes. Os palavrões e frases de "Vai trabalhar vagabundo", lançados pelo idoso, foram rebatidos com palmas, cornetas e gritos de "Machista".

Para acalmar os ânimos, em seguida, veio o pronunciamento de um servidor aposentado do Sanep, que passava pelo chafariz das Três Meninas por volta das 12h30min, e pediu a palavra. Foi o contraponto que precisava, para demonstrar que a mobilização contra as reformas Trabalhista e da Previdência pode, sim, unir diferentes gerações. De aposentados e não aposentados. "Esta é uma causa justa. É uma luta árdua e digna pelos seus direitos. Endureçam essa tese de luta", reforçou Francisco Siciliano, 71, antes de seguir caminho.

Olhar atento
O Pelotão de Operações Especiais (POE) da Brigada Militar (BM) acompanhou toda a mobilização. Ora com viaturas e motos. Ora com um cordão de policiais em frente aos estabelecimentos. A cada ato mais exaltado, de tapas em cortinas e socos em portas, eles apenas circulavam.