Homenagem ao padroeiro

A programação começou no dia 25 de junho, quando foi lançada em jantar no salão paroquial

Jô Folha -

Era pouco mais de 8h e o foguetório já anunciava a preparação para o início da procissão dos motoristas em homenagem ao padroeiro, atividade integrante da programação alusiva à 31ª Festa de São Cristóvão. Foram mais de duas horas de trajeto, iniciado na rua Lindolfo Collor, da frente da paróquia. Cerca de dois mil veículos acompanharam o percurso, que seguiu pela rua Marcílio Dias, avenidas Bento Gonçalves, Duque de Caxias, Cidade de Lisboa, BR-116 e Fernando Osório, retornando à Lindolfo Collor, onde os motoristas receberam a bênção do padre Guilherme Panatieri.

Para o motorista Alexandre Pires, 43, receber a bênção é uma tradição, tanto quanto participar da procissão. Carros, caminhões, ônibus, motocicletas e bicicletas acompanharam o itinerário e por onde passavam um público significativo esperava a carreata pelas ruas e avenidas, muitos sentados em cadeiras de praia e tomando chimarrão. "A gente vem sempre. Meu marido é caminhoneiro e só não está na procissão hoje porque acabou de chegar de viagem", disse a dona de casa Helena Moraes, 32. David Barbosa, 36, o motorista que ela falou, trabalha viajando pelas estradas há 11 anos e lamentou este ano não poder ter participado.

Batedores abriram o desfile e logo atrás o caminhão da Festa de São Cristóvão, com a imagem do padroeiro dos motoristas e todo decorado com balões e flores. Nele vinha o pároco Guilherme Panatieri. "Festejamos com aqueles que garantem o transporte do alimento para toda a terra e celebramos o sentido do trabalho dos que carregam o alimento a todos os recantos", frisa.

Grupo de ciclistas também participou de todo o trajeto. Todos motoristas. O taxista Inildo Rediess acompanhou a procissão pela primeira vez de bicicleta e o conselho que dá aos caminhoneiros é de que coloquem no veículo suporte para levar uma bicicleta e procurem fazer atividade física sempre que puderem, nas pausas das viagens.

Na frente da paróquia São Cristóvão uma faixa saudava os motoristas e pregava pela paz no trânsito. Capacetes dourados e palmas decoravam a escadaria. Foram doados pela Justiça à Feira da Fraternidade e comprados pela paróquia, que mandou pintá-los para adornar o local, pois tem a ver com o tema da Campanha da Fraternidade deste ano, que é sobre cuidar do planeta. Nesse sentido, o padre Guilherme buscou reutilizar o material.

A programação da 31ª Festa de São Cristóvão começou no dia 25 de junho, quando foi lançada em jantar no salão paroquial. Sábado teve almoço dos motoristas no Sest/Senat e no domingo procissão, almoço para a comunidade no salão paroquial e missa festiva às 19h, em honra ao padroeiro.

Paróquia
A paróquia de São Cristóvão foi criada em 9 de julho de 1985 pelo bispo diocesano dom Jayme Chemello, que desejava viabilizar uma referência especial aos caminhoneiros A primeira missa foi celebrada na rua, pois existia apenas um pequeno chalé em terreno adquirido para instalar a igreja, situado rua Lindolfo Collor, no bairro Três Vendas. Com o passar dos anos foi construída a edificação que abriga a paróquia, escritório, salão paroquial para 350 pessoas, cozinha industrial e churrasqueiras. O padre José Schramm foi o fundador da paróquia, onde permaneceu por mais de 27 anos, até falecer.

São Cristóvão
Protetor dos motoristas e dos viajantes, São Cristóvão viveu provavelmente na Síria e sofreu o martírio no século 3. Cristóvão significa aquele que carrega Cristo e seu culto remonta ao século 5. Era considerado um gigante, com mania de grandezas, e supunha que o rei a quem servia era o maior do mundo. Veio a saber, porém, que o maior rei era Satanás e colocou-se a serviço dele.
Mas, ao buscar mais informações, descobriu que o maior rei do mundo era Nosso Senhor e resolveu trocar a sua mania de grandeza pelo serviço aos semelhantes. Valendo-se da imensa força de que era dotado, pôs-se a baldear pessoas, vadeando o rio. Uma noite, entretanto, um menino pediu-lhe que o transportasse à outra margem do rio. À medida que atravessava o menino pesava cada vez mais às suas costas, como se fosse o peso do mundo inteiro. Diante de seu espanto, o menino lhe disse: "Tiveste às costas mais que o mundo inteiro. Transportaste o Criador de todas as coisas. Sou Jesus, aquele a quem serves".
Como conduziu Jesus nas costas, Cristóvão transformou-se no santo condutor e padroeiro dos viajantes. Depois de tanto procurar pelo maior de todos, teve o privilégio de carregar Jesus nas costas. A devoção ao santo é muito grande e a procissão motorizada realizada anualmente, é uma tradição entre os fiéis.

 

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