Tradição

Inaugurada, Rua do Doce começa a funcionar na próxima quinta-feira

Depois de transitar por diferentes espaços, as doceiras de Pelotas ganham um local fixo no centro comercial e histórico da cidade

Divulgação -

Depois do sucesso da última edição da Fenadoce, os pelotenses agora encontram as maravilhas feitas pelas confeiteiras da cidade em um local fixo e especialmente preparado para abrigar o Centro de Comercialização de Produtos Associados ao Turismo no município de Pelotas: a Rua do Doce. Inaugurado na manhã desta sexta-feira (1º), o espaço que abrange doceiras da Associação Doce Pelotas e da Cooperativa dos Doceiros de Pelotas, bem no coração da cidade. Entre as delícias expostas nas bancas, os muitos quindins, ninhos, bem-casados e trouxinhas de nozes encheram os olhos de quem participou da solenidade. O funcionamento pleno, no entanto, será só no dia 7 de julho, quinta-feira, data do aniversário da cidade, já que a estrutura não está totalmente pronta.

Doceira há 15 anos, Simone Maciel Bica, que também é diretora-executiva da Associação, diz que o local vem sendo esperado há muito tempo, quando ainda eram outras as doceiras. "A questão da visibilidade é bem melhor para todas que participam. Com certeza já é um sucesso", avalia. Depois de transitar por diferentes locais, como rua Sete de Setembro, a praça Coronel Pedro Osório, o Mercado Central, o Calçadão, pela rua Andrade Neves, e, por fim, a travessa Ismael Soares, o sentimento agora é de gratidão. "Aqui será um novo ponto turístico de Pelotas", projeta Simone.

Ao todo serão 30 doceiras no local, sendo 17 da Associação e 13 da Cooperativa que decidiram dividir os sete espaços em um para as cooperadas e os demais entre as associadas, com direito a regulamento sobre o uso de cada banca de 5,2 metros quadrados. Por serem permissionárias, as doceiras ficarão responsáveis pela limpeza, iluminação e pelos cuidados necessários com a Rua do Doce, o que inclui ainda banheiro adaptado, área de alimentação e espaço de convivência. A diretora de Turismo da Secretaria de Desenvolvimento, Turismo e Inovação, (Sdeti), Lizandra Cardoso, adianta que, assim que a estrutura entrar em funcionamento, a pasta vai oferecer para as agências de viagens a vantagem de que agora Pelotas terá doces para comercializar o ano inteiro na Rua do Doce, que atenderá das 9h às 19h.

O investimento foi de R$ 368 mil, com parte da verba de emenda parlamentar do deputado federal Afonso Hamm (PP), R$ 250 mil, e o restante de contrapartida da prefeitura. O local foi definido pela Lei 6.755/2019, proposta pelo vereador José Sizenando (União Brasil), e o pleito pela verba parlamentar ficou com o vereador Michel Promove (PP). O titular da Sdeti, Gilmar Bazanella, ressaltou que foi um trabalho bem elaborado e que as doceiras estão em lugar de destaque. "O espaço para a comercialização dos doces irá permitir que Pelotas avance no turismo e no desenvolvimento. Estamos falando de uma cadeia de produção de doces finos, que não é a principal atividade econômica da cidade, mas é a que mais a prospecta."

O deputado Hamm, que prestou homenagem ao vereador Jair Bonow (PP), falecido há um mês, com a presença de sua mulher, Dulce Bonow, no cerimonial, contou que o pedido para ajuda ao projeto chegou no último dia das indicações das emendas parlamentares. "Já tinha feito e não tinha oficializado em Brasília, então pela grandeza da obra fiz a indicação. Na cidade do doce, tem que ter doce nos 365 dias do ano", aponta. A prefeita Paula Mascarenhas (PSDB), ao lembrar que esta tradição coloca Pelotas como Patrimônio Cultural Brasileiro Imaterial, disse não ter forma melhor, mais significativa e mais simbólica de presentear os 210 anos do município do que com um espaço adequado e de destaque para os tradicionais doces pelotenses.

Entraves

O Centro de Comercialização levou mais de um ano para ficar pronto. A partir da assinatura do contrato com a empresa licitada, em junho de 2021, a proposta era entregá-lo às doceiras em setembro do mesmo ano. Em abril de 2022, com 95% da obra pronta, ainda não havia expectativa de data para a inauguração. Os entraves foram atribuídos a fatores climáticos, imprevistos construtivos, dificuldade da empresa de encontrar materiais no mercado local e atrasos do aporte dos recursos por parte do governo federal.

Mas quem esperou anos para ter um espaço qualificado, com grande visibilidade para os produtos, só tem a comemorar. "Há 40 anos nós estamos nessa batalha. Então eu só tenho que agradecer e pedir que possamos trabalhar para vencer mais essa etapa de nossas vidas", disse a presidente da cooperativa dos Doceiros de Pelotas, Ligia Maria Ribeiro Henriques.

 

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Mais dois óbitos por Covid-19 em Pelotas Anterior

Mais dois óbitos por Covid-19 em Pelotas

Plano Safra anuncia R$ 340,8 bilhões para a agropecuária Próximo

Plano Safra anuncia R$ 340,8 bilhões para a agropecuária

Deixe seu comentário