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Inscrições abertas para o Programa Apadrinhamento Afetivo

Interessados podem participar da seleção até outubro; atualmente 20 abrigados estão aptos a serem apadrinhados

Carlos Queiroz -

Após interrupção causada pela pandemia, as inscrições para o Programa Apadrinhamento Afetivo estão novamente abertas em Pelotas. Com o objetivo de promover convivência familiar e assistência afetiva a crianças e adolescentes de abrigos do município, a Secretaria Municipal de Assistência Social (SAS) busca interessados que desejam construir esses laços com um afilhado.

Entre este mês e outubro, a SAS realiza as entrevistas dos interessados em ter um afilhado. O apadrinhamento tem como característica ser destinado para crianças com mais de seis anos por se tratar de uma faixa etária que, após ser ultrapassada, há mais dificuldades para a adoção. Devido a esta realidade a ação surge como forma de proporcionar aos abrigados uma referência afetiva, ou seja, uma pessoa que eles saibam que possuem um vínculo fora da instituição em que estão vivendo.

“O programa vem para dar uma assistência para os abrigados que têm menores chances de serem adotados e que acabam ficando mais tempo nos abrigos”, explica o profissional da SAS, Juliano Nunes. Ele ainda ressalta que o apadrinhamento afetivo não tem relação com o processo adotivo. “O apadrinhamento é uma questão distinta, ele vem para complementar e dar ênfase ao desenvolvimento do abrigado.”

Parte das dinâmicas do programa incluem visitas domiciliares, inclusão em programas familiares, em eventos e datas comemorativas, bem como outras ações importantes para os afilhados. “A ideia é justamente essa, que eles tenham uma atenção diferenciada daquela que recebem nos abrigos.”

Referência para a vida
Com o programa, os padrinhos se tornam uma referência sólida na vida dos afilhados. Nunes cita que há pessoas que acompanham os afilhados desde a infância até a fase adulta. “São pessoas que viram uma extensão de família para eles”, explica.

Um desses casos é o da funcionária pública Andréa Silveira, 37, e Michele da Rosa, 19. Há nove anos,
Michele passou a ter Andréa como madrinha e, desde então, ambas mantêm a proximidade e o vínculo.
Andréa conta que sempre deixou claro à afilhada que o seu objetivo não era a adoção, mas que ela tivesse uma pessoa de referência na vida. “E hoje ela tem isso em mim. Eu percebo que ela me tem como um porto seguro”, destaca. A madrinha relembra ainda que o processo de aproximação com Michele foi leve. Ela e a família faziam visitas à menina no abrigo. Aos finais de semana, em eventos e datas comemorativas de família, a afilhada era levada para sua casa. “Mas é preciso destacar que no processo de apadrinhamento nem tudo são flores, nem tudo se resolve apenas com carinho, há várias questões envolvidas”, ressalta.

Para os interessados em apadrinhar, Andréa salienta que é fundamental ter responsabilidade. “Nós criamos um vínculo afetivo com uma criança ou adolescente que já passou por várias perdas. Então, que esse padrinho não seja futuramente mais uma, mas sim uma pessoa disponível para dar carinho, amor e para ser um porto seguro mesmo.”

Quem pode apadrinhar
Qualquer pessoa maior de 18 anos, individualmente, pode ser padrinho ou madrinha. Não há necessidade de ser parte de um casal. O interessado deverá apresentar registros negativos da Justiça Estadual, não podendo estar ou ter respondido a nenhum delito ou crime.

Além disso, terá que passar por uma entrevista, bem como avaliação psicossocial e dinâmicas preparativas para realizar o acolhimento do afilhado.

afilhados
Atualmente há cerca de 20 abrigados habilitados a serem apadrinhados. As crianças, e especialmente os adolescentes, são ouvidos previamente para saber se é de sua vontade participar do programa e qual o perfil dos padrinhos que desejam. “Na verdade são eles que escolhem os padrinhos. Damos muita prioridade a ouvir as necessidades para tentar levar para a realidade deles uma pessoa compatível”, explica Nunes.

As inscrições podem ser realizadas de segunda a sexta-feira, na Secretaria de Assistência Social, na rua Marechal Deodoro, 404.

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