Educação

Intercâmbio entre escolas para promover educação patrimonial

Alunos do Gonzaga e São Benedito se encontram para o compartilhamento de aprendizado sobre obras do artista italiano Emilio Sessa; já a segunda visita será dedicada a Aldo Locatelli

Foto: Carlos Queiroz - DP - Alunos do Colégio Gonzaga conheceram as obras do pintor Emílio Sessa

Com o propósito de propagar conhecimento e incentivar a apropriação cultural, os estudantes do Instituto São Benedito apresentaram aos visitantes do Colégio Gonzaga as obras do pintor Emílio Sessa, que revestem teto e paredes da Capela do local. A união das comunidades das duas escolas vizinhas, mas que mantêm pouco contato, ocorreu na tarde desta terça-feira (21) dentro do projeto de Educação Patrimonial agregado ao Restauro da Catedral São Francisco de Paula. Na próxima etapa da ação, as alunas irão ao Gonzaga conhecer pinturas de Aldo Locatelli.

Uma plateia cheia de crianças com idades entre 10 e 13 anos ouvia atentamente as explicações de outras alunas de mesma faixa etária sobre a história do Instituto e, principalmente, da Capela onde estavam. As pinturas de anjos e inúmeras diferentes figuras são obras de autoria do artista italiano Emilio Sessa. Pintadas em agradecimento à hospedagem que o local forneceu enquanto ele trabalhava junto a Aldo Locatelli na Catedral.

Desde o início do restauro do telhado da igreja, o projeto de Educação Patrimonial realiza iniciativas com as turmas do Ensino Fundamental do Gonzaga e São Benedito. As ações são voltadas a incentivar o sentimento de pertencimento dos estudantes ao Patrimônio Cultural que está a poucos metros das escolas por meio da identificação, habilitando o reconhecimento das obras e a consciência de preservação na formação dos estudantes. Para completar a integração das três instituições de ensino lindeiras à Catedral, na última semana, foram iniciadas novas práticas educativas com a Escola Estadual Monsenhor Queiroz.

Integração de Patrimônios

Conforme a coordenadora do projeto, Liza Bilhalva, as atividades são construídas para resultar em uma troca entre os alunos para a compreensão de que os três patrimônios estão interligados por meio das obras dos dois pintores. "Pouquíssimos entraram na Catedral, eles estudam aqui e nunca tinham entrado", conta.

Liza explica ainda que os alunos serão as pessoas que podem propagar a história sociocultural dos patrimônios, evitando que a consciência sobre a importância dos bens se perda. "As crianças têm muito potencial, elas são multiplicadoras, uma vez que internalizaram aquele conhecimento, elas passam para frente. Falam para os pais, parentes, vizinhos e aquilo vai se espalhando".

Compartilhar o conhecimento

Uma das alunas do São Benedito que dividiu seus conhecimentos sobre as obras de Emilio Sessa com os estudantes do Gonzaga foi Isabela Guerreiro, 11 anos. Para a aluna do 5º ano, a experiência foi enriquecedora principalmente porque propiciou com que elas fizessem amizade com os colegas que estão em um prédio a poucos metros de distância. "Muito legal porque a gente nunca se vê".

Estudando no Instituto desde muito nova, ela diz que conhece todas as obras que compõem a Capela e por isso adora ter oportunidade de mostrar as pinturas para novas pessoas. "Eu sei cada detalhe, é muito bom compartilhar porque muitas pessoas não têm educação patrimonial e acabam estragando como essas pinturas aqui [aponta para uma imagem danificada]. Depois a gente nunca mais vai ter as pinturas do Aldo Locatelli e Emílio Sessa de volta", ressalta.

Experiência de quem vem de fora

Do outro lado, uma das crianças que escutava da plateia a apresentação das obras da Capela era a Mariana Gandara. Paulista, ela está residindo em Pelotas há apenas um ano e nesse período já teve a oportunidade conhecer a Catedral e trabalho dos dois pintores que fazem parte da história do Município. "Eu acho muito legal ver as pinturas porque é uma experiência nova e parece que a gente está no passado. Eu acho que deveriam restaurar pelo menos uma parte daqui porque é um patrimônio", opina.

Um pouco de restauração

As turmas, que totalizavam cerca de 50 estudantes, ainda puderam aprender um pouco sobre a importância da conservação e do processo de restauro com a arquiteta responsável pelas intervenções na Catedral São Francisco de Paula, Simone Neutzling. "Estão vendo na cabeça daquela imagem ali, que tem um pedaço de tinta descolando, se a gente puxar, vai arrancar a pintura". Exemplifica apontando uma das figuras em que a há parte descascando ao explicar como o restauro na Capela deveria ter sido realizado para que as obras não tivessem sido danificadas, o que ocorreu com algumas nas paredes.

Segunda parte do intercâmbio

Na próxima segunda-feira (27), as alunas do São Benedito irão visitar o Colégio Gonzaga para conhecer as obras pintadas por Aldo Locatelli na Capela do local na época em que esteve hospedado no prédio.


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