Em transmissão ao vivo realizada logo após a confirmação da vitória, no seu comitê em Porto Alegre, o novo governador gaúcho, Eduardo Leite (PSDB) agradeceu às lideranças partidárias e deu destaque a dois nomes em especial: o futuro vice, Gabriel Souza, e o atual dono do cargo máximo no Palácio Piratini, Ranolfo Vieira Júnior. O ganhador do pleito estadual também agradeceu ao contato feito pelo oponente e revelou a conversa com Lorenzoni.

“Me cumprimentou pela vitória e nos desejou um bom mandato, boa sorte e as bênçãos de Deus sobre o mandato que o povo gaúcho nos conferiu. Foi um segundo turno duro. Os enfrentamentos, vocês viram... É próprio do processo eleitoral acentuarmos o debate sobre a divergência”, afirmou, a respeito o contato do candidato do PL.

Com relação às primeiras atitudes depois do triunfo, Leite disse que pretende encaminhar projetos para a Assembleia ainda no final deste ano. Quer avançar na reestruturação de setores que, sob a ótica da base do governo, precisam de remodelação. A transição já deve começar nesta segunda, ao lado de Ranolfo. E simultaneamente debates com outros partidos políticos, projetando também a configuração da Assembleia que será formada a partir do fim de janeiro.

Eduardo citou a importância da irrigação para proteger as lavouras das secas, mencionando ainda a burocracia existente hoje para construir ferramentas neste sentido. Outras pautas abordadas foram o acesso asfáltico a municípios, o Porto de Rio Grande e portos internos do Rio Jacuí e da Lagoa dos Patos para melhor escoar a produção.

Outra questão foi a educação. “Quero me reunir com a equipe da Secretaria de Educação, sempre com o aval do Ranolfo, para definir o plano de ação para cumprir com a nossa grande prioridade, que é a educação, especialmente a expansão do ensino médio em tempo integral. Vamos levá-la a 50% das escolas estaduais de ensino médio. Educação é fundamental. Não adianta nada se não tiver mão de obra qualificada para sustentar o crescimento econômico”, disse Leite.

Segundo turno, voto crítico e eleição presidencial
“Como eu disse ao encerrarmos o primeiro turno, ninguém leva os votos para casa. No dia 3 de outubro, eu e o meu adversário tínhamos zero votos. Era necessário abrir o diálogo novamente com todo o povo gaúcho, e assim o fizemos. [...] Os votos que recebemos não chancelam todas as nossas ideias, não validam todo o nosso programa”, avaliou Eduardo sobre as mudanças do cenário do pleito durante este mês.

O pelotense afirmou que retorna “mais experiente e maduro”. Analisou o resultado do primeiro turno como “fora de cogitação”. E ao citar, entre outros apoios, o chamado “voto crítico” do PT, deu longo discurso voltado aos eleitores que não trafegam pelo mesmo campo ideológico.

“Tenho a consciência de que muitos votaram em nós mesmo tendo fortes divergências com relação à agenda para o nosso Estado, mas entenderam que do nosso lado estava o melhor espírito democrático, que respeita o resultado eleitoral, mas, durante o mandato, respeita o divergente, o contraditório, respeita opiniões diferentes”, defende.