Saúde

Mais Médicos amplia atendimentos

Programa do governo federal fortalece a cobertura da saúde básica à população nos bairros

Carlos Queiroz -

A fala apressada, em um portunhol nem sempre tão claro, há três anos se comunica com a comunidade que depende da Unidade Básica de Saúde (UBS) do Balneário dos Prazeres, no Laranjal. Alcides Abel, 41, trouxe de Havana, Cuba, seu olhar de cuidado à população. Ele é um dos 38 profissionais que atuam em Pelotas pelo programa Mais Médicos, do governo federal.

Segundo a supervisora das Estratégias de Saúde da Família da Secretaria de Saúde de Pelotas, Cristina Zimmer, o programa ampliou a cobertura à saúde familiar de 30% para 70%, aproximadamente. O município aderiu ao Mais Médicos desde sua implantação, em 2013, com foco na saúde preventiva. Ela explica que os profissionais do programa são alocados em UBSs que têm o programa Estratégia Saúde da Família (ESF) e fazem parte da composição de uma equipe mínima (um médico, um enfermeiro, um técnico ou auxiliar de enfermagem e agentes comunitários de saúde).

No consultório onde recebe pacientes, Abel conta ter se adaptado com facilidade às mudanças e encarado com tranquilidade a solidão de estar em um território em que poucos, literalmente, falam sua língua. “Quando cheguei eu falava tudo bem enrolado”, diverte-se o cubano. O idioma, no entanto, seria o menor dos problemas. “Falta comunicação em todos os níveis da Saúde”, opina, em referência ao Sistema Único de Saúde (SUS). Abel afirma ter encontrado um cenário caótico ao pisar na UBS. Segundo ele, o atendimento somente à demanda reprimida ocupou as primeiras semanas de trabalho. “A fila de atendimento não acabava nunca”, lembra.

Assim, a experiência no Brasil ensinou a ele que para o paciente receber assistência especializada (como de traumatologista ou urologista) ou até mesmo para realização de exame eletivo, a fim de diagnosticar o problema, depende de sorte. “Quando sai do básico começa a demora. Acontece com muitas especialidades. O SUS é um programa teoricamente bonito e suficiente, mas a realidade não é”, conclui o médico.

Prorrogação
A legislação que garante a prorrogação do período de atuação dos médicos intercambistas foi sancionada e publicada na primeira quinzena de setembro, no Diário Oficial da União. Os profissionais formados no exterior participantes do Programa Mais Médicos poderão permanecer nos municípios por mais três anos. A Medida Provisória 723/2016, que deu origem à legislação, foi apreciada por comissão mista que gerou o Projeto de Lei de Conversão 16/2016, e, no mês de agosto, foi aprovada pelos plenários da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. A lei também prorroga por igual período o visto temporário concedido aos médicos intercambistas.

A lei foi inicialmente proposta ao governo federal pela Frente Nacional de Prefeitos (FNP), pela Associação Brasileira de Municípios (ABM) e pelo Conselho Nacional de Saúde (CNS). De acordo com essas entidades, muitas cidades dependem dos médicos intercambistas para manter os serviços básicos de saúde à população, sendo essencial a permanência. Os gestores também consideram que os significativos resultados gerados pela atuação dos profissionais justificam a prorrogação do tempo de atuação

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