Histórico
Mais um prédio histórico em ruínas
Interditada há seis anos e sem manutenção, varanda do Colégio Félix da Cunha, pode ceder a qualquer momento após base da estrutura desabar
Foto: Jô Folha - DP - Prédio histórico da Escola Félix da Cunha está comprometido
Interditado desde 2017, o prédio histórico da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Félix da Cunha, está totalmente comprometido após as vigas de madeira e os tijolos que haviam entre elas e a base do piso da varanda de entrada desabarem em função do acumulado de chuva em setembro. Sem sustento, a entrada do conhecido casarão localizado no Porto está na iminência de desaparecer. A recomendação feita pela Secretaria Estadual de Educação (Seduc) à direção foi colocar escoras. Mas até para esse serviço é preciso a análise técnica.
"Nós conseguimos arrumar o telhado com o dinheiro do Agiliza do governo do Estado, mas no prédio inventariado eu não posso mexer", disse a diretora Rejane Monteiro. Ela lamenta que desde a interdição, há mais de seis anos, nada foi feito na estrutura. "Engenheiros já analisaram o imóvel, projetos já foram encaminhados, uma empresa que iria fazer a obra desistiu. Então eu estou de mãos atadas", desabafou. A Seduc está ciente da situação e orientou colocar estacas ou escoras. Durante a reportagem, a equipe diretiva percebeu que a rede elétrica pode ser única e, caso ocorra algo mais grave, poderá comprometer toda a fiação e deixar a escola sem luz. "Precisamos chamar um eletricista para ver essa situação", assinalou Rejane.
De volta ao interior do prédio, os ambientes interditados causam mais problemas. Por estarem fechados e com quase um mês inteiro de chuva, o cheiro a mofo invade, principalmente a peça que antes era o auditório e agora serve de sala temática, pela umidade vem do sótão, hoje intransitável. As salas de aulas e as administrativas também tiveram que ser remanejadas, pois está proibido abrir as portas que dão acesso à entrada principal da escola, pelo risco de desabamento.
Ao mesmo tempo que a comunidade escolar assiste à ruína do prédio, professores, alunos e servidores se mobilizam para manter os espaços anexos em dia. Além da verba do Agiliza, que reestruturou o refeitório, a cozinha, o telhado, o forro e possibilitou a pintura das peças, o dinheiro arrecadado com as festas juninas viabilizou a troca do piso de três salas de aulas.
Histórico
Entre uma série de reportagens feita sobre a situação decadente, em uma delas conta que, o Centro dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul (Cpers) entregou, em 2021, um dossiê ao governo, cobrando melhorias. Um ano depois, em outra matéria, a Seduc informou que a reforma parcial do prédio principal, orçada em R$ 366 mil, estava em fase de assinatura de ordem de reinício do serviço. Em junho deste ano, nova realidade: o contrato foi rescindido devido à empresa responsável pelo serviço não ter comparecido e o processo foi encaminhado para atualização dos elementos técnicos junto à Secretaria de Obras Públicas (Sop), pela terceira vez desde a interdição. A reportagem pediu uma atualização à Seduc, que apenas falou que a escola passará por uma vistoria nos próximos dias.
No Município
Na Escola Municipal de Educação Infantil (Emei) Bernardo de Souza, as infiltrações estão destruindo o forro e, em dia de chuva, baldes são espalhados pelos corredores. Mesmo assim, o assoalho de madeira fica encharcado, o que só contribui para sua deterioração. Além disso, as paredes mofadas podem colaborar para problemas respiratórios das crianças.
A Secretaria Municipal de Educação e Desporto (Smad) informou que já está encaminhado o empenho para a reestruturação do forro. O início do reparo do telhado e forro, visto a extensão da escola, será realizado em partes. A primeira etapa iniciará na próxima semana, o restante acontecerá na sequência do mês de outubro. Embora o problema fosse visível, não foi necessário remanejar turmas.
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