Pouco mais de um mês após o DP noticiar o furto de monumentos históricos situados no Parque Dom Antônio Zattera, mais uma vez moradores da região registram o desaparecimento de uma obra importante do local. Agora, o que se percebe é a falta de partes do monumento em homenagem ao Almirante Tamandaré.

O advogado Paulo Luiz Pencarinha participa da Sociedade Amigos da Marinha de Pelotas (Soamar), grupo que monitora a situação do monumento. Por isso, na segunda-feira decidiu passar pelo parque para ver como estava o local. Chegando lá, percebeu que parte da escultura havia desaparecido.

“Cheguei a falar e perguntar para os funcionários que cuidam da praça, mas eles me disseram que não sabem o que aconteceu”, relata. Ele não sabe dizer desde quando o monumento se encontra nessa situação, apenas foi constatado agora. A atitude então foi encaminhar o caso para a Marinha de Rio Grande, responsável pela obra, para averiguar. A assessoria de comunicação da Marinha informou ao DP apenas que a capitania está atenta à situação e irá encaminhar o fato para a Polícia Civil, para que possa investigar a ocorrência.

O secretário da Cultura, Paulo Pedrozo, também informou que irá conferir se o Timão - parte do monumento desaparecido - foi furtado ou retirado.

Caso que se repete
Furtos e depredações em monumentos históricos já são frequentes no Município. Em julho, o Diário Popular noticiou situações semelhantes no Parque Dom Antônio Zattera, quando os bustos em homenagem ao doutor Joaquim Rasgado e do general Bento Gonçalves desapareceram. Apenas o primeiro foi localizado pela Polícia Civil, mas a Secult ainda está atrás de apoio financeiro para poder recolocar a obra de volta às ruas.

Na praça Coronel Pedro Osório já é comum encontrar monumentos pichados. Neste ano, o local também registrou depredações em obras como a homenagem à Miss Universo Yolanda Pereira e o Relógio do Sol. Perto dali, na rua 15 de novembro, o busto em homenagem a Getúlio Vargas foi roubado ano passado e jamais recuperado. E, na Praça 20 de Setembro o Monumento ao Sentinela Farroupilha, feito em bronze, não possui mais a ponta da lança que segura na mão direita, pois esta foi furtada.

A Biblioteca Pública Pelotense (BPP) retirou de sua fachada, no fim de 2022, as últimas três placas de bronze restantes das cinco que ornavam as paredes do prédio há cerca de um século. A medida foi tomada para prevenir que as peças históricas fossem furtadas, assim como ocorreu com outras duas que foram arrancadas do local por criminosos. Os itens não foram recuperados.

Essa situação não ocorre apenas em Pelotas. Na semana passada, em Rio Grande, a placa e o busto do próprio Almirante Tamandaré desapareceram. O monumento com o busto de França Pinto também foi furtado, mas localizado pela Polícia Civil.