Games

Mercado de jogos digitais se expande em Pelotas

A premiação de uma empresa e a criação de um curso superior na área mostram a relevância que esse mercado vem adquirindo para a região

Carlos Queiroz - DP - Curso de Design de Jogos da UFPel foi um dos mais requisitados no último processo seletivo

Por Vitória de Góes

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Junto ao desenvolvimento do mercado tecnológico na região, está conectada uma outra área em constante expansão: a de jogos digitais. Ainda neste ano, o nome de Pelotas foi levado a alguns eventos de games do Brasil, recebendo destaque no maior encontro da América Latina, o 11º Brazil's Independent Games Festival (BIG Festival). A empresa responsável por esse feito é a Izyplay, que apesar de nascida em Pelotas, possui colaboradores espalhados por todo o País.

Fundada em 2010 por três entusiastas, Everton Vieira, Rafael Rodrigues e Luis Alexandro, a empresa iniciou com foco na produção de jogos para a área publicitária. Ao longo dos anos a IzyPlay foi expandindo e migrando os seus projetos para o entretenimento. Atualmente são cerca de 30 colaboradores que contribuem na produção de jogos para celular e computador.

Everton Vieira confessa que o caminho não foi fácil já que o Brasil não possui uma cultura em torno da indústria de jogos e muitos estúdios ainda encontram dificuldade para conquistar reconhecimento do mercado. Apesar disso, destaca que o Estado é um dos principais produtores, possuindo inclusive a Associação de Desenvolvedores de Jogos Digitais do Rio Grande do Sul (ADJogosRS). "Nós somos referência no Brasil inteiro em relação à organização e ao pioneirismo. Então, apesar de estarmos no extremo do País, nós conseguimos reverter essa distância geográfica ser conhecidos como um expoente na produção", diz o CEO.

No Big Festival, que neste ano teve um recorde de participantes, a Izyplay recebeu a premiação Brasil Direct, que definiu os melhores projetos de estúdios vinculados às associações regionais de games. O reconhecimento, além do destaque para a região sul, também trouxe mais incentivo para a criação.

Cresce a busca por profissionalização

Com o crescimento do mercado, também aumenta a demanda de profissionais capacitados. "A indústria cresceu, mas a capacitação e os cursos não acompanharam esse crescimento", lamenta Everton Vieira. Ele reforça que é importante que haja uma cultura em torno desse mercado para que os jovens entendam que trabalhar com games é uma profissão séria e estável.

Uma esperança diante dessa situação é de que algumas instituições, principalmente no Estado, estão focando na criação de cursos para profissionalização na área. Neste ano, a Universidade Federal de Pelotas abriu vagas para a graduação em Design de Jogos, o curso noturno tem duração de quatro anos.

O processo iniciou ainda em 2018, quando o Centro de Artes se comprometeu com a universidade a oferecer um curso noturno. A partir daí a comunidade acadêmica pensou em um curso que unisse a necessidade do mercado à estrutura já presente no local que oferece graduações em Cinema de Animação, Design Gráfico e outros. Esse é o primeiro semestre letivo do curso e as 30 vagas oferecidas foram ocupadas rapidamente, sendo que foi o 14º curso mais concorrido da universidade durante a seleção.

A coordenadora, Mônica Lima, detalha o objetivo dessa graduação. "A esmagadora maioria dos cursos que a gente encontra no Brasil são voltados para o aspecto tecnológico, de programação. Aqui a gente quis dar o enfoque no design, na narrativa e arte para formar criadores de jogos".

Para a professora, a comunidade está perdendo o preconceito com os games. "As pessoas estão começando a olhar jogos não só como entretenimento, mas como outros tipos de ferramentas como publicidade, jogos instrucionais, voltados à educação", expõe. Além disso, a facilidade é que na maioria das vezes pode-se trabalhar remotamente e para empresas de qualquer País. "Conheço pessoas que são aqui de Pelotas e até de outras cidades trabalham, por exemplo, para o Canadá. Então existe um interesse crescente por esse mercado", enfatiza Mônica.

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