Um grupo de moradores do Laranjal, em Pelotas, se mobilizou pela manhã e tarde de sábado (1º) para chamar a atenção sobre os problemas que eles costumam enfrentar diariamente. A movimentação ocorreu na avenida Rio Grande do Sul com a rua Novo Hamburgo, onde eles coletaram assinaturas de apoio a um documento que elenca dez pleitos daquela comunidade.

Uma das moradoras que lideram o movimento SOS Laranjal, Sheila Melgarejo, disse que a mobilização começou em janeiro, quando parte do balneário ficou sem água. "Vimos que a melhor maneira de resolver os problemas é a pressão popular, independente de políticos. Nós somos um grupo anônimo de moradores que está exigindo mudanças", falou outra moradora Fernanda Martins.

A pauta foi confeccionada na semana passada durante reunião, que teve a participação de vereadores. Neste sábado, além de coletarem assinaturas o grupo também ouviu outras reclamações e propostas, que irão engrossar a agenda. O documento será encaminhada à Câmera de Vereadores, em audiência pública a ser marcada ainda este mês, e à prefeitura.

Entre as principais reivindicações estão temas como um melhor ensaibramento nas ruas, mato alto nas vias, lixo e maior cuidado na passagem das patrolas. "A patrola não é passada direito e deixa a rua pior do que antes. O saibro que passam é um refugo, cheio de pontas, que rasgam os pneus dos carros", reclamou Sheila.
O grupo ainda quer abordar outros temas, com o fim das valetas. "No governo da prefeita Paula não foi falada uma palavra sobre esgoto", argumentou Fernanda. A moradora também pede que haja mais energia na fiscalização a terrenos abandonados, com mato alto e lixo e multa a esses proprietários. "O que não falta aqui são problemas."

Segundo o grupo, este ano os moradores do Laranjal irão contribuir com R$15 milhões ao IPTU. "O quanto disso é revertido para o balneário?", questionou Sheila.

Expectativa no calçamento
Procurado pela reportagem, o secretário de Serviços Urbanos e Infraestrutura, Jeferson Dutra, disse que semana passada várias ruas do balneário receberam ensaibramento e que há diferentes reivindicações em torno da reposição ou não deste material. "Alguns moradores pedem que coloque, outros que tire de suas ruas. É difícil agradar a todos. Temos uma equipe técnica que faz a avaliação dessas necessidades."

Quanto a qualidade do saibro, Dutra disse que há vias em que o solo é mais "mole" e necessita de um material mais pedregulhoso. Ainda sobre o tema, o titular da pasta lembrou que a expectativa agora é o calçamento da avenida Espírito Santo, que teve contrato de pavimentação assinado na última segunda-feira (27). "Todo o saibro de lá será utilizado em outras ruas."

Sobre o mato que cresce nos canteiros, por exemplo, Dutra disse que foi feito um roçado geral no início da temporada de verão e que agora a Secretaria está fazendo este trabalho novamente e lembrou que calçadas e terrenos são de responsabilidade dos proprietários. "A população não faz a sua parte para dar aquela sensação de limpeza", falou ao comentar que a limpeza de calçadas atrasa o serviço das equipes.

Sobre o lixo o secretário lembrou que este ano, em função da crise econômica, que tem ocasionado a redução nos repasses de verbas dos governos do estado e federal, não foi possível contar com um aditivo no contrato do serviço de limpeza. "Estamos agindo e vamos seguir agindo, mas não é simples agradar a todos e não são simples as soluções."