Luta
No dia do Orgulho Gay, um basta ao preconceito
Intervenção urbana realizada nesta terça no Mercado Central marcou a luta do movimento LGBTQIA+ em Pelotas
Jô Folha -
Que tal escrever em uma folha de papel qual o preconceito que não lhe pertence mais e colocá-lo em um armário? Com essa intervenção urbana, de coleta de frases, falas e expressões que propagam a lgbtfobia, a prefeitura de Pelotas e o Conselho Municipal de Direitos da Cidadania LGBTQIA + celebraram nesta terça-feira (28) o Dia Internacional do Orgulho Gay em Pelotas. A chuva atrapalhou a dinâmica, que teve de ser realizada no Mercado Central. A proposta inicial era de levar o cenário para o Calçadão com o objetivo de atrair as pessoas desprendidas de conceitos conservadores para exporem, em um papel, o que mais lhes incomoda em uma parcela da sociedade que não aprendeu a conviver e viver com as diversidades. Assim que o tempo melhorar o armário será levado para próximo do chafariz das Três Meninas. A intenção é fazer um apanhado do que foi escrito para que se possa trabalhar com políticas públicas.
A mestranda no Programa de Ciência e Tecnologia em Sementes da UFPel Vitória Zanandrea, 24, do Mato Grosso do Sul, foi a primeira a deixar seu recado. "Vivemos um momento de muito preconceito e de violência no país e não posso aceitar que amigos e amigas passem por situações de constrangimento. Por isso o meu apoio à ação", conta. O diretor-executivo do Conselho, Marcos Ronei Fernandes, lembra que mesmo com a data sendo de homenagens, fica impossível não trazer dados inadmissíveis, como a expectativa de vida da pessoa trans, que é de apenas 37 anos no Brasil. "A importância do apoio do Poder Público ao movimento LGBT é justamente para avançar com as políticas sociais", pontua.
Fernandes mostra grande preocupação com estas questões porque, no momento em que a humanidade deveria evoluir, a sociedade caminha para o lado oposto, o do conservadorismo, segundo ele. O integrante da ONG Também diz ainda que há 20 anos não conseguiria se imaginar dando uma entrevista sobre o tema. "O 28 de junho é extremamente positivo, pois ganhamos visibilidade e o movimento, com as cores do arco-íris, nos deu voz."
A causa social é uma das que a prefeitura defende e trabalha junto. A prefeita Paula Mascarenhas (PSDB) aponta que é preciso ter respeito às diferenças - e em todas as áreas. "É aceitar. E mais do que isso: é valorizar, pois é a diversidade que enriquece uma sociedade. Precisamos vencer os preconceitos, ainda mais num país em que a intolerância está sendo estimulada. Quebrar o ódio entre as pessoas, pois ao que me parece esta é uma causa humanitária e de interesse público."
Para a chefe do Executivo, a luta é diária, mas nesta semana, simbolicamente, o Poder Público se junta ao movimento em ações para despertar o interesse da população. "A luta é pela tolerância, pela igualdade, pela inclusão e pelo respeito às diferenças".
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