Com a obra de pavimentação da avenida 25 de Julho, motoristas passaram a dirigir em alta velocidade pela via. A pouca sinalização e a ausência de calçada em quase toda a extensão preocupa pais que têm de levar seus filhos diariamente à Escola Municipal de Ensino Fundamental Dona Maria Antônia, localizada no perímetro. Responsáveis pelas crianças e funcionários do local reivindicam mais atenção à região “antes que seja tarde demais”, em suas palavras.

A requalificação da área contempla um trecho de dois quilômetros de extensão e 8,5 metros de largura da avenida, entre a rua São Luiz e a BR-116. Além do asfalto, calçadas com rampas de acessibilidade, sinalização, ciclofaixa e redes de esgoto e drenagem também estão incluídas ao projeto. Após assinatura do contrato com a primeira empresa responsável pela obra - em janeiro do ano passado - o prazo para a conclusão foi firmado em 12 meses após o recebimento da ordem de serviço. Porém, no fim deste período, somente o pavimento pode ser visto no local.

Recentemente, uma faixa de segurança foi instalada em frente à escola para atender o início das aulas - mas é necessário contar com a boa vontade dos motoristas para conseguir atravessar. Não existe nenhum quebra-molas que auxilie na redução da velocidade ou placas que indiquem a existência da escola na região. Além disso, uma ladeira, a poucos metros da pintura no chão, colabora para o aceleramento dos veículos que dificultam a passagem das crianças.

Marcia Lemes utiliza uma bicicleta para transportar seu filho de 7 anos diariamente até o educandário. Ela diz ter medo, mas afirma que essa foi uma das formas encontradas por ela para melhor atravessar o local. Ainda assim, uma curva próxima à grande descida lhe preocupa, o que lhe faz reivindicar urgente a calçada e a criação de uma ciclofaixa.

Os pedidos de ajuda são diários por parte dos responsáveis pelos alunos. Cleusa Monteiro realiza o trajeto pelo meio da via todos os dias para levar seus três netos ao estudo. Ela confessa, junto dos outros pais, ter vontade de trancar o trânsito em frente a escola nos horários de entrada e saída das crianças, caso a calçada não seja agilizada. “Precisamos ter uma forma de andar por aqui sem correr risco de vida”, diz.

Problema se repete em outras escolas
Além da Dona Maria Antônia, a Escola Municipal de Ensino Fundamental Joaquim Nabuco, localizada em frente ao macroatacado Krolow, enfrenta o mesmo problema com a sinalização. A via, após receber nova pavimentação, não possui nenhuma placa que indique a presença de uma escola no local. Foi pintada uma faixa de pedestres quase na esquina da rua Monsenhor Silvano Souza, mas esta também não conta com a presença de um quebra-molas que obrigue a redução de velocidade.

Obras
A Unidade Gerenciadora de Projetos (UGP) foi a responsável por contratar a empresa que executa os trabalhos da avenida 25 de Julho. O secretário Paulo Morales explicou que devido ao não cumprimento do cronograma, esta companhia teve seu contrato rescindido. A segunda colocada no processo foi acionada há alguns meses, e agora possui responsabilidade de entregar a obra - que está 59,21% concluída - até setembro deste ano.

Morales defende a necessidade de reconhecer que a requalificação da via possibilitou melhorias à região, principalmente no que diz respeito à drenagem do local, que antes era precária. “É preciso entender que ainda estamos em execução e que a obra só tende a ser positiva.” Segundo ele, a sinalização deve ser instalada no andamento das obras e a construção da passarela deve ser comemorada, já que “a população há muitos anos não contava com uma calçada”.

O secretário de Transporte e Trânsito, Flavio Al Alam, garantiu que a demanda da escola Maria Antônia pela construção da faixa de pedestres provisória foi atendida, assim como a da Joaquim Nabuco. Ele confirma que é preciso aguardar a realização dos serviços para que sejam instaladas sinalizações, já que o processo não é instantâneo à colocação da pavimentação.