Plano Safra para o agrenegócio da Zona Sul

Novo Plano Safra poderá ter aumento de 40% na Zona Sul

Projeção de crescimento na oferta de financiamento do programa na região é feita pelo Banrisul. No Estado, o crescimento será de 20% em relação ao pacote anterior

Lançado na última semana no Estado pelo Banrisul, o Plano Safra 2022/2023 vai disponibilizar um total de R$ 7 bilhões para atender o Rio Grande do Sul, 20% a mais de financiamento em relação ao último programa. Desse montante, R$ 1,5 bilhão será destinado ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e cerca de R$ 2 bilhões para o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe). Para os demais produtores, serão destinados R$ 3,5 bilhões.

Conforme dados disponibilizados pela Superintendente do Banrisul na Região Sul, Vanialice Azeredo, no último Plano Safra foram concedidos para o agronegócio do Sul do Estado o valor de R$ 450,22 milhões. Nesta edição do plano, a estimativa é que o recurso oferecido tenha um aumento de 40% em relação ao anterior. O valor total deve ficar em torno de R$ 630 milhões.

De acordo com o gerente comercial do Banrisul da Grande Pelotas, Eduardo Fachin, o novo Plano Safra poderá atender cerca de dois mil produtores rurais da região. Ainda segundo ele, atualmente um pequeno custeio demanda um financiamento de cerca de R$ 100 mil. "Então tu acabas tendo um número bem menor de produtores", aponta.

O gerente ainda explica que, em razão de na região haver grandes áreas de produção rural, como por exemplo em Santa Vitória do Palmar e Arroio Grande, quando os produtores adquirem um financiamento para custeio, geralmente o valor da verba é alto, limitando assim o número de financiados pelo programa. "Produtores dessas regiões, quando pegam um custeio, é em torno de R$ 2 milhões".

Cerca de 90% dos financiamentos são destinados para o custeio, tanto para produções agrícolas, quanto para a pecuária, é o que aponta Fachin.

Conforme o gestor, as taxas de juros do novo Plano Safra variam entre 5% e 12%. O Pronaf contará com alíquota entre 5% e 6% e o Pronampe com juros de 8,5%. Já para os demais produtores e a agricultura empresarial, a taxa é de 12%.

Cenário do agronegócio brasileiro
Apesar do novo Plano Safra disponibilizar um aumento de 48% para o agronegócio do país no comparativo com o pacote anterior, o recurso pode não ser suficiente em razão da alta na inflação de insumos agrícolas. Este cenário é apontado pelo assistente técnico regional de Organização Econômica da Emater, Eduardo Reis. Segundo ele, em virtude de todos os produtos necessários para a produção agropecuária no Brasil serem comprados em dólar e o financiamento do plano ser em real, a conta não fecha no final, sendo preciso que o produtor busque outros capitais.

"O nosso agronegócio é totalmente dependente de produtos externos. São agrotóxicos fabricados com moléculas produzidas no exterior, é o diesel que move os tratores e as máquinas que fazem todo o serviço, os adubos que têm o preço internacional em dólar, o custo de produção está muito elevado", explica Fachin.

Produção agropecuária na Zona Sul
Na Zona Sul, segundo informações do engenheiro agrônomo da Emater, Evair Ehlert, cerca de 30% da produção vegetal é financiada pelo Plano Safra. "Talvez com o aumento do recurso e mais equalização do seguro agrícola, a gente consiga atingir 35% de área de produção, somando soja, arroz, gado, milho e feijão, os principais cultivos. O restante das produções são financiadas com verbas próprias e de outras origens de custeio", mensura Ehlert.

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