Fotos: Carlos Queiroz

Há um ano a prefeitura de Pelotas firmava um contrato que prometia mais fluidez do trânsito da cidade: a empresa Ssat Sinalização, de Santa Catarina, seria a responsável por modificar o sistema semafórico em cerca de 50 cruzamentos. Concluído o processo, em especial na principal avenida que liga os demais bairros, a opinião de grande parte dos motoristas é positiva. A Bento Gonçalves, assim, teve seu problema de alguns anos resolvido. E o que antes era uma questão de sorte para pegar as sinaleiras abertas, hoje tornou-se uma questão de programação.

O diretor-executivo da Secretaria de Transportes e Trânsito (STT), Flávio Al-Alam, lembra que o parque semafórico era muito antigo. Há anos a prefeitura só vinha fazendo correções pontuais, mas a fiação e as emendas precisavam ser trocadas. Além disso, a falta de sincronia das sinaleiras era uma velha contestação dos pelotenses. “Nós tínhamos 70 cruzamentos. Trocamos 50 deles”, aponta Al-Alam. Em muitos a troca significa postes, fiação, grupos semafóricos, instalação de controladores e temporizadores para segurança dos pedestres. O investimento de R$ 1,1 milhão da primeira fase veio da própria arrecadação do estacionamento rotativo.

Atualmente, com o cenário modificado, muitos condutores aprovaram. Na correria do trabalho, o motorista Jaime Schuller precisava da agilidade do trânsito pela Bento. Com expectativas atingidas, ele observa que as mudanças foram boas. Fala rápido, liga a chave do carro e segue fazendo seu trabalho. Estacionado em um dos canteiros, o marceneiro que costuma circular com frequência pelo local também nota que o fluxo melhorou bastante por ali. No entanto, ressalta alguns pontos “críticos” para dirigir, como por exemplo a Fernando Osório, perto da Faculdade Anhanguera. O local, por sua vez, não estava no projeto, pois exige um estudo maior para solucionar o trânsito, de acordo com as informações da STT. O mecânico Diego Klein, de 34 anos, diz que as antigas paradas em todos os semáforos não ocorrem mais.

Aos que não aprovam, Al-Alam destaca que nem sempre é possível pegar a onda verde de uma ponta à outra. Isso acontece porque a Bento possui dois sentidos. Ou seja, se estiver verde em uma via, não tem como estar na outra também. Há ainda a possibilidade de pegar o ciclo no meio. Mas mesmo assim, em uma média de 40km/h, dá para transitar por toda a Avenida desde o início, com o sinal aberto.

Antes e depois
Dividido em duas fases, o trabalho começou em abril e acabou em outubro do ano passado. Em seguida, e em paralelo às alterações do sistema semafórico, as obras na avenida Bento Gonçalves começaram. Flávio Al-Alam diz que o bloqueio frequente das vias impedia a percepção das melhorias do fluxo. Os equipamentos antigos foram retirados pela empresa vencedora da licitação e levados para reforma na secretaria de Gestão da Cidade e Mobilidade Urbana (SGMU). Na primeira fase, feita em um tempo muito próximo da segunda, contemplou, além da avenida Bento Gonçalves, a Doutor Amarante, a Almirante Barroso, Voluntários da Pátria, General Neto, Tiradentes e Dom Pedro II. Depois, cinco cruzamentos da General Osório e da Marechal Deodoro em área central foram incluídas. Na segunda etapa, a Marechal Floriano com 15 de Novembro e Princesa Isabel com General Telles entraram no projeto.

O que ainda falta
Sinalização horizontal, que consiste na pintura das faixas de pedestres e das faixas que dividem as pistas. Além disso, falta ainda a instalação dos controladores que, com a colocação de chips de telemetria, será possível receber informações em uma central. Isso ficará para fevereiro, quando chegarão os 25 chips. A central de monitoramento das sinaleiras terá sede na superintendência de trânsito da SGMU.