Problemas

O drama de mais um parcelamento de salário

Esta sexta e próxima segunda serão de paralisações nas escolas estaduais

Jô Folha -

“É uma agressão. A gente fica esperando para chegar as migalhas.” O desabafo é de uma professora aposentada de Pelotas. Um dos milhares servidores do Estado a receberem, de novo, os salários parcelados pelo governo de José Ivo Sartori (PMDB). É o menor valor já depositado nas 21 vezes em que a medida foi adotada: apenas R$ 350,00.

Como resposta, professores e funcionários de escola paralisam as atividades nesta sexta (1) e na segunda-feira e realizam ato em frente à Polícia Civil, onde registram Boletim de Ocorrência coletivo contra o parcelamento. O ato está marcado para as 14h. A mobilização, que deve se repetir por diferentes cidades do Rio Grande do Sul, antecede as assembleias do Cpers agendadas para o começo da próxima semana. O governo deve integralizar os salários só no dia 13 deste mês.

Em meio às dívidas, a luta para manter a saúde mental
É longa a lista de transtornos. Os sucessivos parcelamentos ampliam o estrago no planejamento familiar e o pior: trazem consequências à saúde dos trabalhadores. Quem garante é a professora Mara Rosana Foltz, 55, aposentada há pouco mais de um ano. “Se torna impossível de manter a saúde mental. Tive um apagão”, resume.

Reavisos de luz, dívida de aluguel parcelada, nome no Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) e no Serasa e juros acumulados sobre juros no empréstimo bancário e no cartão de crédito. Uma bola de neve que a educadora não se anima nem a negociar neste momento. Com a incerteza de quanto e quando receberá, difícil se programar para honrar os acordos.

“É um desrespeito isso estar ocorrendo com o funcionalismo.” E como servidora, depois de uma vida inteira dedicada à Educação, prepara-se para ajuizar ação contra o Estado por abalo moral e desabafa: “Educar é muito mais do que ensinar Ciências e Matemática. A gente passa uma vida apostando no exercício da cidadania e ensinando aos alunos que vale a pena ser honesto”.

Crise geral
Ainda não há levantamento oficial que indique o número de afastamentos de sala de aula. Na porta do Cpers-Sindicato, entretanto, cresce o número de profissionais com relatos de ansiedade e em busca de informações sobre medidas que possam ser tomadas para impedir novos parcelamentos. Afinal, cada vez que não efetua o pagamento integral dos salários, o Governo Sartori descumpre a Constituição Estadual e uma decisão do Tribunal de Justiça (TJ).

Confira as mobilizações em Pelotas
> Paralisação das atividades nas escolas estaduais: Sexta e segunda-feira
>Registro de Bolteim de Ocorrência coletivo contra o Governo Sartori: Nesta sexta, às 14h, na Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento
>Assembleia Regional do 24º Núcleo do Cpers-Sindicato: segunda-feira, às 9h30min
>Assembleia geral do Cpers em Porto Alegre: terça-feira, às 9h, na praça da Matriz

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