Evento
O movimento que deu voz à periferia
Na Semana do Hip Hop, comunidades de Pelotas recebem oficinas e atividades ligadas à cultura de música e dança
Carlos Queiroz -
Com o tema Capitalismo e suas desigualdades, a Semana do Hip Hop de Pelotas acontece desde segunda-feira em diversos pontos da cidade, tendo já passado por Fragata, Três Vendas e Areal. Em 2016 o evento, cujo objetivo é levar o movimento para os bairros - sua origem, de fato -, se espalhou ainda mais, ganhando o Sítio Floresta e a Colônia Z-3, onde na tarde desta quinta-feira (20) a Escola Municipal de Ensino Fundamental Almirante Raphael Brusque recebeu as oficinas de DJ, com o DJ Slot, e de dança, com Francine Lemos. A iniciativa tem apoio das secretarias de Educação e Desporto (Smed), de Cultura (Secult) e de Justiça Social (SJS).
A vice-presidente da Associação Hip Hop de Pelotas, entidade organizadora, Alexandra Pereira, diz que a expansão do projeto, que leva às comunidades oficinas e palestra sobre o movimento cultural, era já um desejo antigo que tem funcionado. Cita aula de DJ NF e palestra com Matheus Kbelo, do Causo Beats, na segunda-feira, na Emef Mariana Eufrásia, no Fragata. Mesmo com chuva os alunos não dispersaram e se mostraram interessados aos ensinamentos. “Um menino com síndrome de Down nos disse que queria ser DJ. Isso é uma recompensa muito forte”, comenta.
Na Colônia Z-3 não foi diferente. No início tímidos, alunos e alunas do 3º e 4º ano logo passaram a disputar a vez para pilotar, com olhos e mãos ora curiosos, ora receosos, os aparelhos disponibilizados pelo DJ Slot. Nicolas, 10, foi o segundo. Com sorriso fácil no rosto ele se diz apaixonado por rap - “Muito massa”. Petrick, 12, fã de Thaíde, também gostou.
Para o presidente da Associação Hip Hop Pelotas, DJ Vagner Borges, o objetivo principal da iniciativa é deixar vivo o legado principalmente na periferia, local onde o movimento nasceu e com quem pretende dialogar. “Queremos mostrar que é uma arte construtiva e não destrutiva, como muitas vezes é passada”, comenta. Ele cita também a intenção de mostrar às crianças que o hip hop, em qualquer um de seus quatro elementos - rap, DJ, break dance e grafite - pode funcionar tanto como lazer como profissão. “Nossa cultura não é só festa, mas também educação”, completa.
A Semana do Hip Hop segue nesta sexta à tarde com oficina de MC com J Will na Escola Municipal de Ensino Fundamental Alcides Mendonça Lima, no Fragata. No sábado, em parceria com o Freak Festival 5, haverá oficina de scratch com o DJ Micha, no Quadrado. Finalmente no domingo ocorre, no mesmo local, o ponto alto da programação. Serão 17 shows de DJs e MCs locais ocorrendo a partir das 15h.
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