Patrimônio

O que emperra a obra no Grande Hotel

Iphan solicitou à UFPel adequações ao orçamento do projeto de restauro. Prédio tem somente o térreo em condições de uso

Paulo Rossi -

As duas turmas com 90 alunos que cursam Hotelaria na Universidade Federal de Pelotas (UFPel) não deverão desfrutar da reforma prevista para o antigo prédio do Grande Hotel. Ajustes solicitados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) ao orçamento atrasaram a tramitação do processo de restauro. Segundo a Pró-Reitoria de Planejamento e Desenvolvimento, a empresa vencedora da licitação trabalha nas adequações. Após análise da coordenação nacional do PAC Cidades Históricas é que ocorrerá a liberação dos R$ 8 milhões prometidos em 2013 e ainda assim conforme o andamento das obras.

Enquanto a situação permanece a mesma, parcerias com a iniciativa privada garantem a realização de algumas aulas práticas da Hotelaria fora das dependências do Grande Hotel. Outras são improvisadas lá mesmo. O térreo é o único pavimento em condições de uso e nele estão uma única sala de aula e até algum mobiliário para práticas improvisadas. O restante dos conteúdos é ministrado nas sedes dos cursos de Turismo (Centro) e Gastronomia (Campus Porto), relata a coordenadora da Hotelaria, professora Priscila Chiattone.

De acordo com informações do Iphan, o PAC Cidades Históricas faz parte do Plano Plurianual (PPA) do governo federal, cujo ciclo vai até 2019. É considerado um avanço nas políticas culturais por viabilizar investimentos para a preservação do patrimônio cultural brasileiro, valorizando a cultura e promovendo o desenvolvimento econômico e social com sustentabilidade. O programa atua em 44 cidades, de 20 estados da federação, com a disponibilização de R$ 1,6 bilhão para obras públicas. A assessoria de comunicação do Iphan ressalta que o PAC Cidades Históricas não faz repasse de verbas antecipadamente. As transferências ocorrem na medida do desembolso, ou seja, quando o executor apresenta o que foi efetivamente realizado. Cabe à área central do Iphan fazer a análise dos orçamentos, o monitoramento e a avaliação das prestações de contas.

O restauro do prédio que abrigava o Grande Hotel é uma parceria com a Universidade Federal de Pelotas (UFPel), instituição responsável pelo projeto de execução da obra, já aprovado. O que não foi liberado ainda é o orçamento. Cabe à Universidade atender às adequações solicitadas e enviar novamente o orçamento para aprovação do Iphan, ressalta a assessoria do órgão. A instituição pediu urgência e aguarda a empresa finalizar o trabalho.

O projeto de restauro do prédio histórico custou R$ 300 mil, sendo esse o único valor liberado até agora. O Iphan regional aprovou o serviço no início deste ano e o projeto seguiu os trâmites burocráticos, sendo enviado ao Iphan nacional, em Brasília. Informações da Assessoria de Comunicação da UFPel são de que na metade de abril o reitor Mauro Del Pino esteve em Brasília para saber da liberação dos recursos, mas retornou sem respostas.

“É um patrimônio histórico e a proposta é superinteressante, alia a teoria à prática. Mas por enquanto estamos só no improviso e isso nos afeta. Certamente nossa turma não vai conseguir ver essa proposta de reforma”, comenta a aluna do segundo semestre da Hotelaria, Liliane Caldas, 31. Para Priscila, a incógnita é quanto à gestão do hotel-escola previsto no projeto, ainda não definida pela UFPel. “Nós, professores, não temos condições”, adverte.

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