Demora
Obras chegam de forma tímida ao Recanto
Moradores ainda esperam pela promessa de drenagem e pavimentação das ruas
Foto: Gustavo Mansur
O início das obras de drenagem do loteamento, que precedem a pavimentação de parte das vias do Recanto de Portugal, estava previsto para o ano passado. Não se cumpriu. Apenas em fevereiro o Sanep começou a executar as obras de drenagem no local. A proposta é justificar aos moradores o aumento do Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU) após a alteração na cobrança - em alguns pontos chegou a ser reajustado 300%.
Para quem convive com a realidade do Recanto de Portugal não há novidades na ausência ou na demora de ação política. José Luís Freitas trabalha há 30 dos seus 65 anos na rua Cidade do Porto - que, assim como outras vias, tem placas de identificação em parte apagadas. “Asfalto aqui? Seria sonho”, ironiza. Segundo o idoso, quando a chuva é intensa a terra da rua torna-se lama. “Por muito tempo vi o pessoal tirando água pra poder passar”, lembra.
A consultora empresarial Cátia Hornke, 35, percorre as vias do loteamento diariamente. A falta de manutenção das ruas lhe custa caro. O carro, segundo ela, já está desgastado e carece de investimento. Ela conta já estar acostumada com a situação, embora não aprove o cenário. “Tem muito buraco nas ruas, quando chove fica perigoso pra nós de carro ou a pé”, salienta.
Justificativas
Conforme o secretário de Obras e Pavimentação, Idemar Barz, as demandas em outros bairros acabaram atrasando os trabalhos no loteamento, localizado próximo à estrada do Laranjal. Ele cita obras em vias do Fragata e em imediações do Presídio Regional de Pelotas (PRP) que, segundo avalia, têm necessidades mais urgentes. Em relação ao Recanto de Portugal, afirma não haver projeto específico - os planos em 2015, porém, eram de após a intervenção do Sanep serem pavimentadas três vias.
O trabalho realizado está orçado em R$ 450 mil, podendo ser modificado conforme a necessidade. Segundo o diretor-presidente da autarquia, Jacques Reydams, o objetivo é reduzir os problemas de escoamento de esgoto na localidade. Ele ainda garante que as tratativas para a colocação de drenagem na localidade iniciaram há aproximadamente seis meses. “Qualificando a drenagem é possível aplicar a pavimentação asfáltica”, assegura. Entretanto, parece que pavimentação ainda não virá. Em contrapartida a Reydams, o secretário de Obras e Pavimentação ressalta que o trabalho realizado será de recapeamento e tapa-buraco. “Por enquanto deve ser assim”, conclui Barz.
Relembre
Em 1º de abril de 2015 o Diário Popular publicou a reportagem O Recanto à espera de melhorias. Confira parte do texto em que o projeto é detalhado:
“O contraste entre a beleza das residências bem cuidadas e a má conservação das ruas é maior a cada quadra percorrida em direção ao interior do loteamento. Buracos, poeira, valetas a céu aberto e capim alto são problemas constantes enfrentados ali. Uma situação que não condiz, segundo os moradores, com os valores cobrados no Imposto sobre Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU). O aumento do tributo motivou mobilização na prefeitura, que culminou com o anúncio de que os recursos obtidos retornariam ao Recanto, em forma de melhorias para a comunidade.
Responsável pela primeira parte da intervenção prometida pela prefeitura, o diretor-presidente do Sanep, Jacques Reydams, informa que o projeto de drenagem já está pronto e deve contemplar todo o Recanto de Portugal. Parte das ruas Cidade do Porto, Cidade de Bragança, Cidade de Viseo, Cidade de Faro e Avenida Portugal receberá novas tubulações e terá as valetas cobertas, garantindo que a água escoe com facilidade. O início das obras ainda não tem uma data definida, já que a compra do material deve ser feita por meio de licitação, mas a expectativa do diretor-presidente é de que possam ser iniciadas ainda no primeiro semestre deste ano.
O projeto está em fase de cotação dos preços do material levantado e deve custar em torno de R$ 435 mil. Os recursos, segundo Reydams, serão repassados pela prefeitura à autarquia. ‘É importante destacar que as obras são uma demanda da comunidade e uma resposta do governo em relação ao aumento do IPTU, que gerou insatisfação inicial’, ressalta Reydams. Após a intervenção do Sanep, a Secretaria de Obras e Serviços Urbanos (Sosu) deve pavimentar três vias do loteamento.”
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