Habitação

Ocupação na Zona Norte de Pelotas completa seis meses

Proprietário já entrou na Justiça com pedido de reintegração de posse; 20 famílias estão no local

Paulo Rossi -

Com a fria calçada como colchão, o céu e as estrelas como teto, Luís e Antônio, dois irmãos, decidiram que esse não seria mais um inverno enfrentado nas ruas de Pelotas. Migraram então para a avenida Zeferino Costa, em frente ao Aeroporto Internacional João Simões Lopes Neto, onde um terreno há seis meses é ocupado por 20 famílias que têm em comum a impossibilidade de arcar com a mensalidade de um aluguel. O local, particular, é alvo de pedido de reintegração de posse pelo proprietário. A habitação é um direito fundamental previsto na Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948.

Delamar Rocha, 49, é um dos moradores da ocupação. Desempregado há um ano, o vigilante noturno não viu outra saída que não juntar alguns pedaços de madeira, uma lona e para lá se mudar com a companheira, há três meses. Atualmente os dois moram com os pais dele, tendo em vista que dificuldades como luz, água e saneamento se agravam à noite. "Minha situação é precária. Meu pai está doente, precisa pagar medicamentos e tratamento, não pode ficar me sustentando e ninguém quer empregar um homem com a minha idade", comenta.

Durante o dia, porém, o casal constrói o chalé em que pretendem morar. No ritmo atual, o novo lar deve ficar pronto em dois, três dias. Com fé, Rocha vê a ocupação como uma saída. "Quero morar aqui até a velhice. Sinto paz, tranquilidade", diz, salientando que, se uma reintegração ocorrer, terá de aceitar, procurar outro lugar.

Relembre
A ocupação no local teve início em dezembro do ano passado, quando apenas um chalé havia sido erguido. Um semestre depois, são pelo menos seis casas e 20 famílias. A água é pouca, depende de doações e a luz, que no princípio era conseguida através de uma lanterna de emergência, agora é obtida através de um poste em frente ao local.

Assistência
O Secretário de Habitação, Ivan Vaz, se diz ciente da situação e pede que os ocupantes procurem a Secretaria para serem alocados em terrenos no loteamento Getúlio Vargas, Zona Norte da cidade. "Prestaremos assistência social a partir da situação individual de cada um", comenta. Em Pelotas quase cem mil pessoas vivem sem o título da casa, em 161 áreas. O processo de regularização de vários desses locais está em curso.

Saiba mais
- 20 famílias estão no local, entre aqueles que já construíram casebres e aquelas que estão construindo
- 6 meses de ocupação
- 7 loteamentos foram regularizados pela prefeitura nas localidades Novo Milênio, Renascer, Quarteirão Cohab I, Querência, Doquinhas, Paul Harris e Asa Branca
- 34 loteamentos serão regularizados em junho, beneficiando cerca de 100 pessoas (Fonte: site da prefeitura de Pelotas)

 

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