Qualidade de vida
ONG alerta para impacto ambiental
Para ONG, falta de informações e de divulgações de estudos sobre requalificação de avenidas e construção de condomínios é preocupante
Jô Folha -
Os impactos dos principais empreendimentos públicos e privados que ocorrem hoje na cidade, como a requalificação de avenidas e a construção de condomínios, são alvo de questionamentos por parte da ONG Centro de Estudos Ambientais (CEA), quanto à degradação ambiental. A falta de informações e de divulgações de estudos é a principal preocupação do grupo, que tem feito denúncias em sua página na internet, onde fala em uma supressão de árvores sem justificativas, explicações ou compensações por parte da prefeitura e de empresários. O caso foi enviado ao Ministério Público. Além disto, também foi debatido em uma aula pública realizada na na praça Coronel Pedro Osório, centro de Pelotas, em um evento organizado pelo movimento Nem 1 Metro de Área a Verde a Menos, para discutir sobre as áreas verdes urbanas, política ambiental e qualidade de vida nas cidades.
Os maiores registros são, de fato, ao longo das avenidas em obras. Em função da ampliação das vias, grande parte da vegetação foi retirada, como a reportagem do Diário Popular pôde constatar ao percorrer alguns destes locais. A avenida Juscelino Kubitschek de Oliveira é um dos pontos onde mais facilmente se observa a alteração na paisagem vegetal, no trecho que dá lugar à duplicação da via. Ao longo da avenida Salgado Filho também é possível observar troncos cortados e raízes expostas.
A preocupação é reforçada por um dos coordenadores da CEA, Antônio Soler. Para o advogado ambientalista, há um retrocesso em termos de política ambiental, considerando os danos à cobertura verde da cidade, entendida como patrimônio coletivo da comunidade. “A gente tem visto muitos casos de cortes, alguns legais, outros ilegais, e alguns que não sabemos por ausência de informações ambientais, e este é o maior dos problemas.” Quanto às obras privadas, Soler afirma que o Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV) é essencial, porém nas públicas, apesar de se saber que há, não existe acesso.
O caso foi enviado ao Ministério Público para que este faça o pedido de informações ao Executivo.
Respostas
Questionada, a Secretaria de Qualidade Ambiental (SQA) nega irregularidades. A diretora de Gestão Ambiental do órgão, Bruna Alves, afirma que as obras públicas, de responsabilidade da Unidade Gestora de Projetos (UGP), possuem licenciamento ambiental, o que precede a uma série de estudos e avaliações. Especificamente, ressalta, o estudo de impacto ambiental e a medida compensatória quando há supressão da vegetação. “Dificilmente se vai ter uma obra em execução sem licença ambiental para atuar como tal.” Os documentos, garante a bióloga da UGP, Adalgisa Milach, existem tanto na Unidade quanto na SQA, porém, não tem autorização para mostrá-los ao público. Quanto à poda de árvores, explica que os projetos buscaram amenizar os cortes e que haverá replantio após a conclusão
das obras.
Carregando matéria
Conteúdo exclusivo!
Somente assinantes podem visualizar este conteúdo
clique aqui para verificar os planos disponíveis
Já sou assinante
Deixe seu comentário