Manifestação
Parte dos açougues de Pelotas paralisa atividades em protesto a decreto estadual
Mais de 100 pessoas entre proprietários e trabalhadores do setor estão na Assembleia Legislativa em busca de apoio dos legisladores
Atualizada às 23h56
Grande parte dos 360 açougues de Pelotas, Capão do Leão, Canguçu e Taquari (Vale do Taquari, a 348 quilômetros de Pelotas) não abriu as portas nesta quarta-feira (28) em protesto contra a legislação que proíbe a venda de fatiados de carne nesses estabelecimentos. Cerca de 100 representantes, entre trabalhadores, empresários e vereadores foram a Porto Alegre para participar de uma audiência pública na Assembleia Legislativa.
De acordo com Felipe Furtado, um dos representantes dos trabalhadores que participa da mobilização, o segmento quer basicamente a liberdade para trabalhar. "Não temos um sindicato, pois o único fica em Porto Alegre. Então resolvemos por conta própria tentar reverter a situação", disse. Ele lamenta não ter conseguido a adesão de 100% da categoria no município. Há 23 anos trabalhando como açougueiro, Furtado conhece a freguesia. "Cliente quer praticidade", afirma. " O tempo que vamos levar para preparar o guisado vai afastar 80% da clientela. Esse decreto não acompanha o crescimento que tivemos ao longo dos anos." Durante a semana ele foi um dos que se envolveu em buscar assinaturas para o abaixo-assinado entregue nesta terça aos deputados estaduais.
A deputada estadual pelo PCdoB, Manuela D'Ávila, propôs mais diálogo sobre o tema. "Ouvindo não só técnicos, mas os açougueiros também, para que se possa elaborar um projeto de lei mais condizente com a realidade, sem punir os pequenos."
A mobilização surgiu a partir das exigências do decreto estadual 53.304, de novembro do ano passado, que previa atualizar regras a serem cumpridas pelo comércio de carnes e fiambrerias. Entram nesse contexto bifes enrolados, iscas, bife à milanesa, frangos temperados, entre outros itens que agregam valor ao setor.
Na terça-feira o governo do Estado publicou a portaria 321/2017 da Secretaria Estadual de Saúde que aumentou o prazo para os varejistas se adequarem às normas. O documento não impede a comercialização, mas ao mesmo tempo considera as competências de fiscalização nos estabelecimentos.
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