Alívio

Passageiros de Pelotas se recuperam após acidente em Tapes

Dos 40 ocupantes, a secretária da Escola Estadual Dom Joaquim Ferreira de Mello é a que requer mais cuidados

Foto: Carlos Queiroz - DP - Moisés Isquierdo Cardoso, 17, teve corte profundo no queixo e levou quatro pontos

Por Cíntia Piegas
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O início da semana para os 39 alunos, professores e funcionários da Escola Estadual Dom Joaquim Ferreira de Mello, não foi em sala de aula. Depois do susto de sexta-feira, a maioria está em casa se recuperando do trauma causado pelo acidente entre o ônibus em que estavam e um caminhão que transportava toras de madeira, no quilômetro 350 da BR-116, em Tapes. A turma retornava a Pelotas após um dia de experiências, conhecimentos e comemorações pela retomada das excursões após dois anos de pandemia. Dos 40 ocupantes, 12 precisaram de atendimento hospitalar.

O motorista está muito abalado e ganhou alguns dias de folga para se recolher em um sítio, onde a comunicação é difícil. "Também não conseguimos falar com ele, até que decidimos ir até a residência, quando soubemos que o celular foi danificado no acidente. Ele teve lesões e estamos dando toda a atenção", explicou o fiscal da empresa Santa Cruz, Joberson Miranda Klemann. Pelo que o funcionário apurou, por volta das 20h30min de sexta, o ônibus trafegava pela rodovia quando o caminhão, que estava no acostamento, entrou na pista. "Nas fotos dá pra ver que a parte da frente da carreta está na faixa e a traseira esquerda, parte esta que colidiu na lateral do ônibus, de lado", relatou o fiscal. Klemann ressalta que o registro da Polícia Rodoviária Federal (PRF) ainda não foi concluído e enviou algumas fotos para colaborar.

De acordo com a PRF de Camaquã, no registro da Polícia Civil consta que "a carreta saiu de uma estrada vicinal e, ao adentrar no acostamento da rodovia, acabou invadindo parcialmente a faixa de rolamento da direita, tendo ocorrido a colisão do coletivo na traseira da carreta".

Consequências
A reportagem conseguiu falar com a diretora Lissandra Behling Wachholz enquanto ela aguardava a vez para fazer um Raio-X, pois levou uma pancada na cabeça e ainda sente dores. "Eu estava no primeiro banco, atrás do motorista, e o caminhão teria ingressado na pista sem dar sinalização. O pior foi com a Nóris que estava no lado direito", comentou a diretora. Nóris Daisi Soares Corrêa é a secretária da escola que teve duas costelas quebradas, vários hematomas pelo corpo, além de pequeno afundamento na perna e braço direito. "Infelizmente eu não lembro de nada do acidente. Só de estar caída ao chão sem movimentos e perguntando o que houve. Devo ter desmaiado. Lembro, sim, que um bombeiro nos auxiliava pela frente do ônibus e pedi a ele que me retirasse nos braços porque não conseguia me mover", relatou. A secretária passou por dois hospitais em Camaquã, onde em um deles fizeram tomografia para conferir se algo mais grave poderia ter ocorrido. ​

Um dia que começou feliz
A visita ao Zoológico de Sapucaia do Sul e ao Museu da PUC foi de muitas descobertas para os estudantes do sexto ao nono ano do Ensino Fundamental. Talvez por isso houve atraso da excursão na volta para casa. "Nós saímos de Porto Alegre às 17h45min e pegamos um grande engarrafamento, sendo que fomos chegar em Guaíba só às 20h", observou Lissandra. O retorno transcorria normalmente, com a maioria dos passageiros sentados, alguns conversando, outros dormindo, quando houve a colisão. Dos 12 feridos, entre os alunos mais atingidos, foram os que tiveram nariz machucado e dentes quebrados.

Moisés Isquierdo Cardoso, 17, teve corte profundo no queixo e levou quatro pontos. Ele estava no último banco do lado direito e desmaiou, para desespero da mãe Ana Lúcia Isquierdo Machado, 42. Ela é presidente do Conselho de Pais e Mestres da escola e costuma viajar sempre com as turmas. "Eu tinha cochilado quando houve o acidente. Estava atrás da diretora e fiquei desorientada quando vi meu nariz sangrando muito.", descreveu. Ela e o filho foram os últimos a saírem do ônibus pela janela de emergência. Conta ainda que haviam muitas ambulâncias prestando os primeiros atendimentos. "Fomos muito bem atendidos no hospital de Camaquã. Fiz tomografia da face e deu tudo bem", garantiu.

Sobre o futuro, acredita que a direção da escola ficará temerosa em realizar outra excursão. "Mas foi uma fatalidade. Há dez anos que viajo e nunca aconteceu nada. Claro que foi um susto muito grande. Mas ainda bem que nada pior aconteceu", concluiu ela, ao lembrar que suas orações foram importantes nos momentos mais difíceis.

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