Atualizada às 21h10

Motivar a população a compartilhar com a prefeitura a responsabilidade pela limpeza urbana. É com esse objetivo que algumas ações começam a ser desenvolvidas nos próximos dias e vão funcionar como um chamado para que as pessoas participem do processo de mudança cultural. Denominada Seja Doce com Pelotas, a campanha pretende contar com a ajuda de todos para manter a cidade limpa. Só em recolhimento de lixo serão investidos R$ 80 milhões nos próximos quatro anos e na limpeza de 80 quilômetros de canais, até o fim do ano, R$ 150 mil.

O começo da mudança será a colocação de 150 lixeiras plásticas em postes no Centro e outras 150 ecolixeiras por semana nos trajetos da limpeza urbana nos bairros, produzidas por presidiários, conforme convênio firmado com a Susepe, com pneus reciclados. Está prevista também a veiculação de mídia publicitária com personagens infantis, cada um representando um doce de Pelotas, que vão orientar sobre o descarte correto.

“Espero que os docinhos façam sucesso com as crianças, pois são elas que vão inspirar as famílias”, comentou a prefeita Paula Mascarenhas (PSDB), que reuniu a imprensa em um café da manhã ontem para anunciar a veiculação da campanha prevista para interagir com a população durante 22 dias e as várias atividades de conscientização a serem desenvolvidas nas escolas. A prefeitura aposta na conscientização infantil como alavanca à iniciativa para a mudança de comportamento das pessoas.

Paula destaca que a prefeitura não quer que a população jogue lixo no chão, por isso precisa oferecer alternativas, como a colocação das lixeiras e ecolixeiras. Segundo a prefeita, nos últimos cinco anos foram gastos R$ 60 milhões na coleta de lixo e a prefeitura investiu ainda em licitação para a poda de árvores e limpeza urbana e rural. “Mas por mais que se faça, é enxugar gelo. A população precisa entender que tem de cuidar da cidade também”, disse.

A implantação de dois ecopontos para receber material descartado nas ruas, como móveis, eletrônicos, entulhos, entre outros, é outra medida adotada pelo município e citada pela prefeita, que fala ainda na criação de mais oito ecopontos.

Ainda segundo Paula, nas limpezas nos canais são retirados dejetos jogados pela população e esse é um investimento que poderia ser evitado se houvesse colaboração e os recursos aplicados em obras de infraestrutura. Além do descarte incorreto, ao jogar toda a espécie de lixo nos canais as pessoas acabam fazendo com que isso atraia roedores e insetos, sem contar a ocorrência de alagamentos.

Morador no Vasco Pires, o pedreiro Jonas Ponci, 36, avalia positivamente a iniciativa da prefeitura, de colocar lixeiras no bairro. No loteamento é comum ver entulhos acumulados em esquinas, assim como acontece em diversos pontos da cidade, inclusive no Centro. Quando o tempo se estabiliza, relata Ponci, as pessoas queimam esse lixo. Nas ruas centrais, entretanto, é comum se ver principalmente móveis velhos ocupando o espaço público. Vale lembra que os ecopontos funcionam na avenida Juscelino Kubistchek de Oliveira (quase na esquina das Rafael Pinto Bandeira) e no Fragata.