Transtorno

Pelotas tem 300 quilômetros de ruas com pedra irregular

Falta de manutenção das vias é motivo de queixa entre moradores

Jô Folha -

Pelotas tem 300 quilômetros de ruas com pedras irregulares ou cerca de 300 vias com cem metros cada. Moradores de algumas dessas vias se queixam das condições e da falta de manutenção. Muitas ficam alagadas em dias de chuva devido a desníveis e buracos. A Secretaria de Obras reconhece a necessidade de reparos, mas não tem previsto um cronograma de recuperação, exceto em locais onde é possível colocar "tapete preto", que utiliza material produzido pela Usina de Asfalto. Ou seja, onde os problemas são contornáveis.

Segundo o secretário Ubiratan Anselmo, o material é de difícil manutenção por não ser mais fabricado. Além disso, a profissão de calceteiro está praticamente extinta. A Secretaria só tem um, porque além de poucos no mercado, não querem trabalhar para a prefeitura porque ganham mais se contratados por empreiteiras. "Estamos sem condições de fazer no momento, porque estamos recuperando a avenida São Francisco de Paula e todo o contrato de pedras está indo para lá", justifica ainda Anselmo.

O secretário reconhece que há ruas na Cohab Tablada, no Areal e no Fragata que precisam ser refeitas. Os defeitos de pista são muitos e não existe no mercado disponível esse tipo de pedras. Onde o problema é menor a prefeitura coloca asfalto em cima, como nas ruas Conselheiro Brusque e Afonso Pena, no Fragata, e a Paulo Harris, no Areal. As piores terão de ser asfaltadas, porém após a retirada de todo o material existente.

"A ideia da Paula (prefeita) é colocar o máximo possível de asfalto em cima de pedra. É difícil uma manutenção porque não tem pedra para vender e as que soltam ou quebram são roubadas. Não se acha mais pedreira com esse material", reafirma. Algumas apresentam buracos possíveis de recomposição e uma empresa contratada pelo município refaz a pedra. Mas não existe calceteiro para isso. O único existente está na avenida São Francisco de Paula, onde a obra deve durar até novembro.

O casal Carlos e Regina Campos, ele agente penitenciário, ela dona de casa, reside na Cohab Tablada, em uma rua de pedra irregular. Eles têm consciência de não existir chance de manutenção, o que nunca nenhum dos dois viu desde a década de 1960. O maior problema, segundo eles, é que os moradores colocam cascote nos buracos, o pavimento cede e tudo fica ondulado, ruim para os pneus dos carros.

Para a dona de casa Cíntia Borges da Silva, também da Cohab Tablada, a maior dificuldade está em dias de chuva. Ela mora há nove anos na avenida Ramon Jorge Hallal que, conforme ela, sempre alaga. "Chega a subir na calçada. As crianças não conseguem ir para o colégio", conta. Durante todo o tempo em que reside na localidade também nunca viu manutenção de nenhuma das ruas com pedra irregular.

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