Saúde
Pelotas tem média de 50 casos de sífilis por mês
Número de casos vem crescendo anualmente; aumento também está associado à maior testagem
Foto: Italo Santos - Especial - DP - Modalidade rápida de testagem é oferecida na rede pública
Com números que vêm aumentando nos últimos anos na cidade, Pelotas chega em 2023 com uma média de 50 novos casos de sífilis por mês. A prevalência da doença, que é uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST), aumentou cerca de 55% de 2021 para 2022 no Município. Este ano, até agora, quase 600 casos já foram diagnosticados. Neste mês, a campanha Outubro Verde potencializa o combate à doença em todo o país.
A médica infectologista do Serviço Especializado em HIV/AIDS (SAE), Bruna Gazoni, indica alguns fatores que motivam o aumento de casos e a alta incidência de novos diagnósticos mensais na cidade. "É um número muito alto. Ele vem aumentando um pouco por causa do comportamento sexual das pessoas, mas também porque estamos diagnosticando mais", avalia. Busca ativa, ações educativas e o incentivo a realização de testes rápidos são algumas iniciativas que, segundo Bruna, auxiliam na identificação de novos casos.
A médica explica, ainda, que por se tratar de uma doença que costuma apresentar poucos sintomas, a sífilis acaba se espalhando silenciosamente. "A maioria dos diagnósticos que a gente faz são através de busca ativa, e a pessoa não tem ideia de que está com a doença e está transmitindo", avalia. Por isso, a especialista destaca a importância da educação e informação da comunidade sobre a prevenção dessa e de outras ISTs. "A grande mensagem da prevenção das ISTs no momento é a educação e a prevenção combinada. A gente fala em tratar quem tem a doença, testar os parceiros, testar com frequência, incentivar as pessoas. Sair desse tabu de que a doença é do outro", afirma.
Como se proteger
O uso correto e regular do preservativo interno ou externo em todas as relações sexuais, sejam anais, orais ou vaginais, é a medida mais importante de prevenção. O acompanhamento das gestantes e parcerias sexuais durante o pré-natal contribui para o controle da sífilis congênita (que passa de mãe para filho). O diagnóstico precoce através da realização de Teste Rápido, disponível em todas as Unidades de Saúde, também é uma forma de prevenção pois, quanto mais precoce o tratamento, menor a transmissão.
Onde procurar atendimento
A realização de testagem rápida, em Pelotas, pode ser realizada em qualquer Unidade Básica de Saúde (UBS), no Laboratório Municipal (rua Lobo da Costa, 1.764) ou no Centro de Testagem e Aconselhamento (rua Voluntários esquina Santos Dumont).
Principais sintomas
A coordenadora da Rede de Doenças Crônicas Transmissíveis Prioritárias, Greice Matos, destaca as principais informações sobre a doença e explica que os sinais e sintomas da sífilis variam de acordo com cada estágio da doença, que se divide em:
- Sífilis primária: causa ferida, geralmente única, no local de entrada da bactéria (pênis, vulva, vagina, colo uterino, ânus, boca, ou outros locais da pele), que aparece entre dez a 90 dias após o contágio. Normalmente não dói, não coça, não arde e não tem pus.
- Sífilis secundária: sinais e sintomas aparecem entre seis semanas e seis meses do aparecimento e cicatrização da ferida inicial. Podem ocorrer manchas no corpo, que geralmente não coçam, além de febre, mal-estar, dor de cabeça e ínguas pelo corpo.
- Sífilis latente: é dividida em sífilis latente recente (menos de dois anos de infecção) e sífilis latente tardia (mais de dois anos). A duração é variável, podendo ser interrompida pelo surgimento de sinais e sintomas da forma secundária ou terciária.
- Sífilis terciária: pode surgir de dois a 40 anos depois do início da infecção. Costuma apresentar sinais e sintomas, principalmente lesões cutâneas, ósseas, cardiovasculares e neurológicas, podendo levar à morte.
Retrato dos últimos anos em Pelotas
-2019: 665
- 2020: 573
- 2021: 575
- 2022: 895
- 2023: 595 - até outubro
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