Alto-mar
Plataforma construída no Polo Naval do Rio Grande é entregue à Petrobras
Casco da P-68 seguirá para Aracruz (ES) para ser finalizada com a integração dos módulos de produção
Divulgação -
Atualizada às 22h49
Com destino à Aracruz, no Espírito Santo, onde será finalizada, a plataforma de petróleo P-68 deixou nesta quinta-feira (8) o Porto do Rio Grande. O casco deverá receber a integração de quatro módulos de produção com capacidade de 150 mil barris de petróleo por dia. A embarcação de mais de 350 mil toneladas, 288 metros de comprimento, 54 metros de largura e 31 metros de altura, parte de uma encomenda de cascos em série feita pela Petrobras ao Estaleiro Rio Grande, é a terceira a deixar o município.
Durante a operação, mais de seis rebocadores foram necessários para a retirada do casco do complexo. No seu lugar restou o caos. É o que considera o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Rio Grande, Benito Gonçalves. Além das demissões, ainda sem um número oficial divulgado, em função do encerramento das atividades, as incertezas quanto ao futuro do Polo Naval aumentaram entre os trabalhadores. Principalmente, após o anúncio de um possível pedido de recuperação judicial por parte da Engevix Construções Oceânicas (Ecovix), que deve ser seguido de um número significativo de demissões entre os atuais 3,5 mil funcionários. As dívidas chegam a R$ 6 bilhões, sendo a maior parte com a Petrobras, a principal cliente. Nem mesmo o andamento de outras duas plataformas, a P-75 e a P-77, ameniza o quadro problemático.
Apenas parte destas embarcações será construída na região e, no máximo, 1,2 mil empregos serão gerados, segundo Benito. Até o momento já foram contratados 600 funcionários. “O impacto destas plataformas é muito pequeno para a movimentação que se tinha até então. Por aqui há muita confusão e apreensão. Não se sabe o que vai acontecer.”
Para o prefeito Alexandre Lindenmeyer (PT) o momento é de mobilização. Frente à liberação da plataforma, a prefeitura esteve em reunião com empresas e sindicatos para avaliar os impactos na economia local e buscar alternativas à crise do setor. Uma delas é pleitear parte do Fundo de Desenvolvimento da Marinha Mercantil, de R$ 9 bilhões, para a manutenção das atividades no Porto e também novas licitações de plataformas. “Estaremos buscando apoio do governo estadual e nos mobilizaremos para que não tenhamos estaleiros fantasmas, nem venhamos a lidar com o desemprego e as mazelas sociais que ficarão para Rio Grande e São José do Norte”, reforça.
A crise
O andamento da Polo Naval sente diretamente os impactos das investigações da operação Lava-Jato, devido à empreiteira Engevix ser uma das envolvidas no esquema investigado. A empresa é vencedora de uma licitação da Petrobras para a construção de oito cascos de plataformas, destinadas à exploração de petróleo do tipo FPSO. Dois foram entregues com atraso, dois foram transferidos para a China e três teriam pedido cancelado pela Petrobras, preocupada com a demora na entrega e o alto custo em relação à concorrência internacional
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