Depois de cinco dias de manifestações e bloqueios de rodovias, a greve dos motoristas de transportes de cargas perdeu força neste final de semana e a movimentação de caminhões carregados de combustíveis começou a se normalizar. No domingo à tarde, um manifesto na BR-116, com bloqueios esporádicos, próximo à rótula da avenida Cidade de Lisboa, gerou alguns momentos de tensão. Com faixas e aos gritos, manifestantes tentaram impedir que colegas seguissem viagem.

Os protestos começaram dia 1º deste mês contra o aumento do preço dos combustíveis. Na quinta e na sexta-feira os bloqueios provocaram baixa nos estoques de combustíveis nos postos de Pelotas e, consequentemente, a corrida dos consumidores para não ficarem sem o produto. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), apesar da ausência de barreiras, na madrugada de ontem foram relatados, por motoristas de caminhões, vários casos de apedrejamento.

Mas no sábado alguns caminhões, vindos de Canoas e Rio Grande, começaram a chegar e reabastecer os postos. A reportagem percorreu alguns destes pontos de venda e verificou que há um estado de quase normalidade. A maior dificuldade ainda é encontrar gasolina aditivada, diesel e o etanol, produtos em falta em alguns estabelecimentos ou com baixo estoque. Mais otimistas, os vendedores acreditam que a situação volte à tranquilidade esta semana.

No posto da Bento Gonçalves com a rua Padre Anchieta o frentista Carlos Ieck, 25, contou que a empresa recebeu 30 mil litros, 25 mil de gasolina comum e cinco mil de aditivada, no final da manhã e início da tarde de sábado. Um dos caminhões veio de Canoas e o outro de Rio Grande. "Esperávamos para as 9h de sexta, mas só começaram a chegar às 10h50min de sábado." Ainda faltam diesel e etanol.

O da rua Almirante Barroso é um dos que estão em maior dificuldade. Até o início da tarde de ontem havia apenas 1,5 mil litros de gasolina comum, o que em dia de movimento intenso é suficiente para abastecer um turno de trabalho. Os funcionários aguardam para hoje a normalização da entrega.

Já outro posto, na Baronesa, trabalha sem problemas. Segundo um funcionário, ali não faltou combustível. Diferentemente dos postos de uma rede do Centro, que precisaram de carga que chegou sábado para reabastecimento. "Ficamos dois dias sem gasolina", contou um funcionário. A expectativa agora é em relação ao etanol, ainda em falta.

Transporte público

De acordo com o representante do Consórcio do Transporte Coletivo de Pelotas (CTCP), o advogado Enoc Guimarães, a situação de abastecimento dos coletivos é tranquila e deve permanecer assim até quarta ou quinta-feira. "Amanhã (hoje) vamos voltar a avaliar", disse. Guimarães falou que entre hoje e amanhã deve chegar nova carga de diesel e como a situação nas rodovias está voltando à tranquilidade ainda não há motivo para preocupação. "Ainda não acendeu o sinal amarelo."