Qualidade
PPGs da UFPel atingem média 4,5 na avaliação do Capes
Dos 44 Programas de Pós-graduação, 20 tiveram aumento das notas e seis estão com nível de excelência
Carlos Queiroz -
Em meio a um contexto pandêmico, com ensino remoto, cortes de bolsas para pesquisa e ciência e redução orçamentária, a avaliação quadrienal positiva dos Programas de Pós-Graduação da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), feito pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), foi um gás para os coordenadores e pró-reitoras, que precisaram driblar as dificuldades para se manter e ainda elevar a média de notas de 4,1 de 2016 para 4,5 em 2020. Os resultados apontam ainda o acréscimo de 50% nos PPGs de excelência (notas seis e sete) e de 114% com as de nota cinco (considerado muito bom), com um salto de sete para 15 cursos. No total, dos 44 PPGs administrados exclusivamente pela UFPel, apenas três seguem com a nota de partida. Neste cenário, a instituição de ensino de Pelotas posiciona-se entre as 25 universidades brasileiras com maior número de pós-graduações.
"Quando se pensa em produção científica, é uma das melhores do país", destacou o pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação, Flávio Demarco. Ele ressalta que o resultado não poderia ser melhor, em um momento de restrições orçamentárias, porque quanto maior o nível de desenvolvimento, mais aporte financeiro é destinado a UFPel. "As 521 bolsas de doutorados e 495 bolsas de mestrado trazem por ano para a universidade R$ 21,5 milhões, recursos que ficam na cidade. Essa consolidação, conquistada pelas notas, irá garantir mais recursos e investimentos, uma vez que os programas com nota quatro poderão oferecer bolsas de doutorado". A situação anima os coordenadores, que convivem com a realidade de trabalhar com um orçamento similar ao de 20 anos atrás, segundo Demarco. Embora as dificuldades, o empenho da instituição, segundo a opinião do pró-reitor, qualifica a UFPel e a insere no ranking de avaliação nacional e internacional entre as principais em termos de pesquisa e pós-graduação.
Impactos
O coordenador de Pós-Graduação da UFPel, Rafael Vermeille-Castro, conta que em meio a avaliação do Capes (2016-2020), as universidades sofreram um corte de bolsas, que só em Pelotas representou quase R$ 2 milhões a menos na economia da cidade. Houve um recálculo pelo Capes, mas mesmo assim, o impacto foi forte. Dentre as restrições, foi retirada uma fatia de cotas das pró-reitorias, que eram utilizadas para fazer induções de políticas. "Nós priorizamos as políticas de inclusão, reservando vagas para negros, indígenas, quilombolas e pessoas com deficiência e, essas bolsas, serviam para manter esses estudantes, sendo que foi afetado", explicou. Para contornar a situação e manter os estudantes, a universidade usou recursos da própria instituição.
Como impacto positivo, ou seja, o sucesso da avaliação, Vermeille aponta vários fatores, entre eles os protagonistas, como alunos, professores, coordenadores e técnicos que souberam lidar com as restrições, além das ações da UFPel. "Aprovamos reservas de vagas para travesti e transexual. Aumentamos a internacionalização dos programas, fomentando a busca por alunos de países da América do Sul, além da realização da política de docentes de outras instituições, para dar novos ares às pesquisas", destacou. Outro exemplo é a criação do Centro de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Humanas, Sociais, Sociais Aplicadas, Artes e Linguagem (CEHUS) que resulta de projeto de 13 PPGs junto à Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), ligada ao Ministério da Ciência e Tecnologia. "Isso tudo aparece no relatório avaliado pela Capes". Já as perspectivas para a próxima avaliação, a qual já está em curso, são positivas: "O processo de autoavaliação e planejamento estratégico em desenvolvimento promete ser ação importante para que a pós-graduação siga crescendo", finalizou.
Nota seis
Entre os destaques da avaliação estão as duas notas seis conquistadas pelos Programas de Pós-Graduação em Veterinária e Ciência e Tecnologia de Alimentos, que agora se unem aos de Excelência, já que mantiveram suas notas: Odontologia e Fitossanidade, com seis, e Epidemiologia e Biotecnologia, com nota sete.
O trabalho de internacionalização do PPG foi fundamental para o aumento da nota, na avaliação da coordenadora Bruna Curcio. A corrida pelo status de excelência vem desde 2013. "Nós tínhamos potencial para a nota seis desde 2014, quando todas as áreas evoluíram, considerando a internacionalização e os grupos de pesquisas. Mas as mudanças não ocorrem da noite para o dia e, por isso, todos os coordenadores que passam pelo programa de pós-graduação, seguem a mesma linha de trabalho." Para Bruna, a inserção social, a colocação dos egressos no mercado e a pesquisa, trabalhando junto com a realidade, garantiram a nova colocação no ranking.
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