Aumento
Preços de hortifruti devem subir nas próximas semanas
Alta está relacionada com impactos do ciclone na agricultura gaúcha, que gerou quebra da colheita e diminuição da oferta da produção local
Foto: Carlos Queiroz - DP - Consumidores ainda não notaram diferenças nos preços
A passagem do ciclone extratropical pelo Rio Grande do Sul, na última semana, continua mostrando seus impactos para a população. Dessa vez, o bolso dos gaúchos deve ser o próximo prejudicado. Por conta dos efeitos do evento climático na agricultura da Zona Sul, e também de todo o Estado, a tendência é que ocorra aumento dos preços de alimentos hortifrutigranjeiros nas próximas semanas.
O presidente da Associação dos Comerciantes de Hortifrutigranjeiros de Pelotas (Ceasa), José Benemann, explica que as plantações nunca estão prontas para excessos e, consequentemente, os estragos já estão começando a se refletir nos preços. "Ciclone, chuva demais em um momento só, e também o frio, castigaram demais todos os tipos de hortaliças e folhosas. A população vai sofrer com o preço e, automaticamente, o produtor também. Porque ele não colheu o que investiu lá atrás", comenta. Segundo ele, enquanto produtos mais resistentes, como o repolho, ainda mantêm preço normal no mercado, produtos folhosos como espinafre, alface, brócolis e couve devem apresentar aumento.
Benemann aponta que os estragos em outras regiões também afetam os preços na região. "Quando esfria aqui, a região litorânea produz muito. Ali o vento também afetou e automaticamente [os produtos] têm que vir de outros estados. Isso tudo também acarretará as subas". O representante estima, ainda, que o impacto será sentido a longo prazo e também em safras futuras. "[Deve ser assim] até normalizar e começar o plantio de novo. Isso não demora menos que 60, 90 dias. Lá na frente, em outubro, novembro e dezembro, na época da colheita [de alimentos como cebola e pêssego], vai se sentir isso ainda", pontua.
Para os consumidores
Quem foi às feiras e fruteiras ontem ainda não percebeu diferenças de preço ou qualidade nas prateleiras. "Não notei nada, acho que está igual a semana passada", disse uma consumidora. "Para mim, está a mesma coisa de sempre. Não vi nenhum problema", resume outra.
Para Isair Cardoso, proprietário de um supermercado de hortifruti, as mudanças podem aparecer com mais força nos próximos dias. "Subiu um pouquinho as verduras, mas é normal por causa do frio. O ciclone foi um baque grande, mas ainda não nos afetou tanto. Talvez nos próximos dez, quinze dias", observa. Para driblar as possíveis mudanças, e também agradar o bolso dos consumidores, Cardoso diz que busca investir muito em promoções para atrair clientes. "A gente vê que o dinheiro está 'curto'. Para ter loja cheia, tem que ter oferta. Sem isso, não dá", finaliza.
Prejuízos
Em relatório preliminar, a Emater estima que 40 estufas agrícolas tenham sido atingidas pelo vendaval, principalmente de morango. Embora os dados ainda estejam em apuração, também estima-se que 124 hectares de alface, beterraba, couve-flor, couve, rúcula, repolho e brócolis tenham sido atingidos, prejudicando mais de 200 produtores na região. Os estragos devem somar mais de 870 toneladas de perdas destes produtos.
Carregando matéria
Conteúdo exclusivo!
Somente assinantes podem visualizar este conteúdo
clique aqui para verificar os planos disponíveis
Já sou assinante
Deixe seu comentário