Por Vitória de Góes
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A primavera iniciou neste sábado, às 3h49min. Conhecida como a estação mais florida do ano e de temperaturas amenas, esse é um dos períodos preferidos de muitas pessoas justamente pelas suas características de clima. Entretanto, ao que tudo indica esse ano será atípico, devido à influência do El Niño.

O calor e a umidade devem estar bastante presentes durante a estação. Além disso, as chuvas seguem acima da média, o que pode ser preocupante para o Rio Grande do Sul, já que agrava o quadro de riscos hidrológicos. A região sul, por exemplo, vem enfrentando uma sequência de dias chuvosos que têm causado alagamentos e deixado famílias desabrigadas e a tendência é que setembro termine com até o triplo da média mensal de precipitação.

O meteorologista Fernando Rafael Batista, da Barra Meteorologia, explica que com o aquecimento anormal do Oceano Pacífico Central causado pelo fenômeno El Niño, principalmente durante a primavera, nota-se um aumento significativo das chuvas na região sul, Uruguai e Argentina. “A tendência é que os meses de outubro, novembro e parte de dezembro siga esse padrão que vimos observando agora em setembro. Então as chuvas serão mais recorrentes do que o normal e virão em maior volume”.

Além disso, o calor também deve ficar acima da média histórica, apresentando ondas que nesse momento se concentram em outros estados do País, mas que devem alcançar o sul do Estado a partir do próximo mês. Por isso, a população deve estar preparada para extremos com altas temperaturas e temporais com fortes chuvas.

Cuidados com a saúde
A primavera, apesar de geralmente agradável, é também um momento incômodo para quem sofre com alergias respiratórias. A literatura médica indica que cerca de 10% da população mundial tem traço genético para asma e apresenta indícios de rinite alérgica e, segundo dados do Ministério da Saúde, há cerca de 20 milhões de brasileiros asmáticos.

Durante essa estação, com o florescer das flores, também é alta a concentração de pólen, que está entre os agravantes para alergias como a rinite. Segundo a médica alergista Janaína Viana Stolz, é possível indicar alguns sintomas mais comuns como: espirros repetidos, coriza, coceira no nariz, nos olhos, nos ouvidos, no céu da boca e na garganta. Também é comum que o indivíduo apresente obstrução nas narinas, irritação nos olhos e até mesmo alteração do olfato e do paladar. “Esses sintomas assemelham-se a um resfriado e podem passar despercebidos, atrasando o tratamento da rinite”, explica a médica.

Como indicação, para reduzir as crises ou aliviar os sintomas, ela indica que as pessoas mantenham as janelas da casa e do carro fechadas durante o dia, coloquem sistemas de ventilação com filtros especiais para pólens e evitem atividades externas nos períodos de alta concentração de pólens - entre cinco e dez horas da manhã e em dias secos, quentes e com ventos.