Protesto
Professores e funcionários de escolas podem encerrar greve nesta quinta
Assembleia geral da categoria em Porto Alegre vai definir os rumos do movimento grevista, que chegou ao 53º dia nesta quarta
Jerônimo Gonzalez -
Atualizada às 19h18
Os rumos da greve na rede estadual de ensino serão definidos em assembleia geral nesta quinta-feira (7), a partir das 12h30, em Porto Alegre.
Em encontro do 24º Núcleo do Cpers-Sindicato, a categoria optou, na tarde desta quarta, pelo encerramento da paralisação. Professores e funcionários estão em greve há 52 dias. A decisão tomada por ampla maioria - ocorreram apenas duas abstenções - ponderou o fato de que, pela primeira vez, o governo de José Ivo Sartori (PMDB) assinalou com a possibilidade de abertura de mesa de negociação salarial.
"Sabemos que é uma proposta vaga porque o governo não diz quando isso ocorreria nem acena com índices, mas sabemos também que existem fontes de onde tirar recursos", defende o diretor-geral do 24º Núcleo, Mauro Amaral. E ao rebater o governador, que sustenta desde o início da gestão que os cofres estão totalmente raspados, a categoria alerta: só em 2016, até agora, em torno de R$ 3,5 bilhões de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) foram sonegados no Rio Grande do Sul. Isso sem falar em isenções fiscais - enfatizam os servidores, que têm enfrentado o sucateamento do funcionalismo público.
Na última sexta-feira, Sartori anunciou novo parcelamento de salários e jogou os trabalhadores da Educação em um impasse. De um lado, a comunidade vê o tempo correr, sem aulas. De outro, as negociações pouco avançam. E o resultado é concreto: a greve perde adesão. Ainda assim, fica o recado: mesmo que as atividades voltem ao normal, a mobilização por investimento e valorização não se encerra - ressalta Amaral.
Ato silencioso em busca de apoio
Um manifesto silencioso do Cpers-Sindicato chamou a atenção de quem circulava pelo Calçadão da Andrade Neves, esquina 7 de Setembro, na manhã desta quarta-feira . Educar é um ato político. A educação é a melhor arma do povo! Sartori cobre a crise dos sonegadores. Eram algumas das frases que tomaram o Chafariz das Três Meninas e também o piso.
O ato, batizado de gização, transformou-se também em apelo dos trabalhadores: pose aqui para foto se você apoia a educação. E houve quem acolhesse o chamamento. Foi o caso do trio de amigos Cássia Leite, 25, Andressa Bichet, 21, e Marcelo Kneib, 20, que parou para registrar a foto. Com um diferencial: mesmo com o cenário, em geral, desfavorável à educação no Brasil, Marcelo quer, sim, apostar na carreira de professor: "Quero fazer Pedagogia".
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