Por Victoria Fonseca
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(Estagiária sob supervisão de Vinicius Peraça)

Cidadãos conscientes sobre a história e o patrimônio de Pelotas. Esse foi o certificado que os alunos da 3ª série da E.E.E.F Dr. Francisco Simões receberam na tarde desta quarta (7), em cerimônia no Conservatório de Música da Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Ao longo do ano, as crianças participaram de diversos encontros promovidos pelo projeto Plano de Educação Patrimonial com atividades alusivas ao aprendizado musical e patrimonial do Município.

Cantando a música Minha canção, de Chico Buarque, com a execução da orquestra do Conservatório de Música, os 18 estudantes, denominados como "Heróis do patrimônio", finalizaram a cerimônia do diploma e o último o encontro do projeto que ocorreu no local. A iniciativa é de autoria da empresa Santa Fé Produtora, responsável pela restauração do prédio, em parceria com a Associação dos Amigos do Conservatório de Música (Assamcom), com o custeio por meio da Lei de Incentivo à Cultura, que autoriza produtores a buscarem investimento privado para financiar iniciativas culturais.

Nas aulas, que foram realizadas mensalmente, foram promovidas atividades de aprendizagem sobre patrimônio cultural e musicalização. Nos dez encontros ao longo do ano, as crianças aprenderam noções de restauro de imóveis históricos com os restauradores e conservadores que trabalham no prédio e com exercícios práticos em gesso e outros materiais. Além do estudo sobre os instrumentos musicais que compõem orquestras.

Conforme a produtora cultural e responsável pelo plano de educação do projeto, Adriana Noronha, na parte musical, a programação de ensino foi planejada para que os alunos tivessem contato e conhecimento sobre ritmo, melodia e harmonia. "Eles aprenderam sobre os sons de instrumentos como o soprano e tiveram encontros com a Orquestra Municipal", conta. Já na área patrimonial, o aprendizado também foi elaborado com atividades externas de identificação de imóveis que fazem parte do patrimônio histórico de Pelotas e oficinas com arquitetos.

Para a professora da turma, Sabrina Bauer, o projeto foi enriquecedor para a formação das crianças. "Eles se encantaram porque é um mundo novo, é uma cultura nova que talvez eles não tivessem acesso de outra forma", aponta. Ainda nas aulas, os novos conhecimentos adquiridos no projeto foram agregados ao ensino de disciplinas como ciências e matemática. Sabrina conta também que além da empolgação das crianças, que ficavam ansiosas para a próxima aula do projeto, os familiares gostaram muito da iniciativa. "Foi grande a aprovação dos pais, eles até gostariam que o projeto continuasse com as crianças".

A experiência deles
Luís Otávio Bittencourt, 9 anos, é um dos alunos do projeto. Como ele entrou na escola na metade do ano letivo, não foi possível a sua participação em todos os encontros, mas o estudante ressalta que os dias em que esteve presente nas atividades valeram por mais do que dez. "Então eu vim aqui só cinco vezes, mas essas valeram como se eu tivesse vindo umas cem. Se eu pudesse, eu vinha todos os dias". O aluno conta ainda que se encantou pelo piano e pela orquestra. Ele manda ainda um recado para a próxima turma da iniciativa: "Aproveitar bem, porque eu já estou triste e nem acabou o encontro ainda, passou bem rápido".

Já o Samuel Machado, 8 anos, diz que no Conservatório ele pode entrar em um lugar que sempre quis estar, cercado de instrumentos musicais. "Esse sonho se realizou, foi muito legal. Eu amei os concertos da orquestra e todas as canções", afirma.

No ano que vem, o Plano de Educação Patrimonial continuará a iniciativa com uma nova turma de 3ª série da escola Dr. Francisco Simões. ​